quinta-feira, 28 de maio de 2009

Foi pena!


Recital de Susan Graham.
Malcolm Martineau no piano.
“A mélodie française no virar do século”.
Bizet, Fauré, Gounod, Lalo, Saint-Saens, Chabrier, Debussy, Ravel. E outros.

Ou seja, grande expectativa.

Grande Auditório da Gulbenkian muito bem composto, o que raramente tem acontecido ao longo da temporada.

Susan Graham não esteve ao seu melhor nível.
Algumas falhas bem perceptíveis, e indisfarçáveis, teriam sido suficientes para uma pateada, se de outra qualquer cantora se tratasse. Mas Graham é reconhecida como um excepcional “mezzo”, interpreta com grande capacidade cénica, irradia simpatia.
Problemas evidentes com a garganta, talvez porque Lisboa não esteja com a temperatura que é habitual em Maio.
Mesmo assim, bem em grande parte do espectáculo.
Quem não falhou uma nota foi Martineau, que a assistência já conhece há muito tempo, e que não deixou os seus créditos, e muitos são, em mãos alheias. Um grande pianista!
E o programa foi excelentemente seleccionado.

Esperamos pela próxima oportunidade de ver Susan Graham em plena capacidade.
O que não aconteceu desta vez.
Os aplausos foram mais para a carreira, não para o espectáculo em si.
Na minha opinião.

domingo, 24 de maio de 2009

Carlos Fonseca


Nunca mais ouvi falar dele, mas lembro-me bem de o ver e ouvir em S.Carlos e de me dizerem que era um dos bons “baixos” portugueses, a par de Álvaro Malta.
E, embora garoto, gostava daquela voz de baixo quase “profondo”, a lembrar aquela que mais tarde “descobri” em gravações, a do fantástico Tancredi Pasero.
Carlos Fonseca nasceu em Lagos, em 1930.
Muito novo ingressou no coro de S.Carlos, mas é no início dos anos 60 que integra a saudosa “Companhia Portuguesa de Ópera”, e aí inicia uma brilhante carreira, notabilizando-se nos anos seguintes em “D.Basilio” do “Barbeiro de Sevilha” e”Colline” da “Bohème”. Ainda hoje alguns recordarão igualmente o seu “Sparafucile” do “Rigoletto”.
Mas seria só em 1967 que teria oportunidade de um papel principal, no “Don Pasquale”, com Zuleica Saque, Armando Guerreiro e Hugo Casaes.
No “Actualidades” de 13 de Maio desse ano, escrevia Judith Lupi Freire:

“Carlos Fonseca apresentou-se pela primeira vez num papel principal e de muita dificuldade vocal e cénica. E a sua estreia foi espectacular: que densidade e que inflexão de voz! Que segurança e exactidão nos movimentos! Que detalhes vocais e cénicos tão psicológicos e sugestivos! Portou-se como um artista completo e isto numa estreia é excepcional!”

E assim continuou.
Na década de 70 fez parte da esmagadora maioria dos elencos de S.Carlos, sempre seguro e profissional.
Deixou de cantar em 1983.


(Fonte : Mário Moreau, “Cantores de Ópera Portugueses”, Terceiro Volume.)

terça-feira, 19 de maio de 2009

Olga Borodina



O Grande Auditório da Gulbenkian estava com boa assistência, talvez a melhor da temporada, até agora (vêm aí Susan Graham e depois Thomas Hampson…).
Olga Borodina, habituada a qualquer ambiente, não é muito simpática em palco. Sorri pouco ou nada, mesmo quando delirantemente ovacionada, e percebe-se que é uma profissional que cumpre o seu dever. Apenas.
Só que…tem uma voz portentosa.
E ainda que com resquícios de uma gripe, conquistou por completo os espectadores, com interpretações fabulosas de Tchaikovsky e Rachmaninov, acompanhada excelentemente ao piano por Dmitri Yefimov.
Valeu a pena suportar dois adiamentos deste recital, anunciado para 15 de Abril.
Borodina é um mezzo seguro, conhecedor, maduro.
Uma grande figura da Ópera.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Parabéns, Simionato!


A grande Giulietta Simionato fez anos no dia 12.
Com uma “pequena” curiosidade…completou 99 anos.
Quase um século!
Simionato foi o “mezzo” da sua geração, anos 40 e 50, época de ouro da Ópera, cantando ao lado de Callas, Tebaldi, Gobbi, Bastianini, Del Monaco, Corelli e tantos outros.
Aqui fica um modesto “parabéns a você”, esperando que para o ano possamos celebrar o centenário desta “lenda viva”.


sábado, 9 de maio de 2009

O adeus de Carreras


Sem a voz de Pavarotti, e o talento e voz de Domingo, Carreras foi, realmente, o “terceiro” tenor da sua geração.
Sem que tal facto seja depreciativo, porque ocupar essa posição atrás daqueles dois “monstros sagrados”, não é para qualquer um, e tenores sempre houve muitos.
Carreras, com 62 anos, anunciou agora o fim da sua gloriosa carreira, pelo menos em ópera, dado que continuará a fazer alguns recitais. E pasme-se, a média de concertos que o tenor faz anualmente é de 50!

Jose Carreras ficará na História da Ópera, e sempre nas nossas discotecas.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Coros de Ópera (7)


“Patria Oppressa”
“Macbeth”
Verdi

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