quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Ontem ouvi (2)

Esta “Lucia di Lammermoor” é simplesmente fantástica.
Gravada em 1983, consegue ainda “apanhar” os intérpretes em grande forma, caso de Edita Gruberova (nasceu em 1946), um dos grandes sopranos “coloratura” das últimas décadas, e que tem, neste papel, um dos seus enormes êxitos.
Alfredo Kraus (1927-1999), portanto com 56 anos na gravação, surge igual a si próprio, isto é, excelente, com o timbre que o celebrizou, e uma entrega dramática difícil de igualar no”Edgardo”.
O “Enrico” foi entregue a Renato Bruson (nasceu em 1936), barítono que se celebrizou principalmente com o “Macbeth” e o “Nabucco”, e que aqui surge como um dos verdadeiros sucessores da “geração de ouro” de que já aqui falei (Gobbi e seus pares).
O “Raimondo” de Robert Lloyd (nasceu em 1940) é extraordinário, demonstrando à saciedade porque foi considerado um dos maiores baixos da sua época.
A “Alisa” é Kathleen Kuhlmann, o “Normanno” Bruno Lazzaretti e o “Arturo” foi cantado por Bonaventura Bottone.
O maestro Nicola Rescigno, recentemente falecido, dirigiu a Royal Philharmonic Orchestra.
Se querem ouvir uma excelente “Lucia”, não hesitem.


sexta-feira, 24 de outubro de 2008

"Brilhante Weblog"



O blogue "A Biblioteca de Jacinto", da Clara, entendeu nomear o "Opera per Tutti" com esta distinção, que agradeço.
Respeitando os "estatutos", cabe-me agora nomear 7 blogues com o mesmo prémio.
Ei-los:

Geocrusoe
Paixões&desejos
Tinta Permanente
Valkirio
Do Lugar de Mim
Bic Laranja
Com Blogs de Ver

Peço que cada um deles repita o procedimento.

Discreto


Olhem quem se sentou atrás da viúva e da filha mais nova de Pavarotti.
Espectáculo realizado em Petra, há poucos dias, assinalando um ano do falecimento do grande tenor.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Génese de Grandes Óperas (7)


“Tosca” foi escrita por Julien Sardou, propositadamente para a grande actriz Sarah Bernhardt (foto em cima), e registou um tremendo sucesso aquando da sua representação.
A tal ponto que um crítico inglês não se coibiu de escrever:
“Bernhardt, com a faca na mão, sobre o moribundo Scarpia, é a cena mais próxima da grande tragédia nos tempos modernos”. Corria o ano de 1887.
Puccini viu a peça, e contactou de imediato Ricordi, o seu editor, para que conseguisse a autorização de Sardou para fazer uma ópera com o tema. Mas “Manon Lescaut” e depois “La Bohème” ocuparam o centro das suas atenções durante os anos seguintes, e Ricordi, já com o acordo de Sardou, assinou contracto com outro compositor, Alberto Franchetti.
Só que, entretanto, Puccini soube que o próprio Verdi ficara impressionado com a peça, e movendo as suas enormes influências (bem maiores que as de Franchetti), conseguiu que Ricordi anulasse o contracto já assinado, e lhe entregasse o trabalho. As condições em que esta rescisão ocorreu não abonam muito em favor da ética de Puccini, mas tal até nem era original na história da vida do grande compositor…
A ópera “Tosca” estreou-se em Janeiro de 1900, no Teatro Costanzi, (hoje Teatro dell’Opera) em Roma.
E desde aí, atrai multidões.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Ontem ouvi (1)



Que elenco!
Mario del Monaco (1915-1982) no protagonista, Anita Cerquetti (nasceu em 1931) como “Elvira”, Ettore Bastianini (1922-1967) como “Don Carlo” e Boris Christoff (1914-1993) no “Silva”.
O maestro foi Dimitri Mitropoulos (1896-1960), e a Orquestra e Coro do Maggio Musicale Fiorentino. Exactamente em Florença, 1957.
Completaram o elenco, Luciana Boni (“Giovanna”), Athos Cesarini (“Don Riccardo”) e Aurelian Neagu (“Jago”).
É absolutamente espantosa esta gravação.
Não duvido que outras gravações possam igualmente apresentar um naipe de cantores como esta, mas não é fácil. Também gosto muito do “Ernani” de Plácido Domingo, Freni, Bruson e Ghiaurov.
Mas…este é soberbo!


sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Génese de Grandes Óperas (6)


Em 1861, Verdi vivia em Turim com a mulher, Giuseppina Strepponi (foto de baixo).
Nesse ano, o director do Teatro Imperial de S.Petersburgo convidara-o a escrever uma nova ópera, e para esse efeito, o compositor recuperou uma peça que lera muito tempo antes, percorrendo as bibliotecas da cidade numa busca sem parar, com a preciosa ajuda de Giuseppina, um grande soprano da época.
Tratava-se de “Don Álvaro”, com o subtítulo de “A Força do Destino”, de Angel de Saavedra (foto de cima).
No entanto, o facto de ter aceite esta encomenda surpreendeu os seus amigos, pois pouco tempo antes afirmara-lhes que não escreveria mais nenhuma ópera, dado que as 21 da sua autoria já seriam suficientes. O futuro encarregar-se-ia de lhe mudar os propósitos, mas mesmo assim, até ao fim da sua vida, escreveria apenas mais cinco, a primeira das quais “A Força do Destino”. Na opinião de muitos, as suas melhores cinco óperas.
O libretista escolhido por Verdi foi Francesco Piave, que com ele trabalhou igualmente na “La Traviata” e no “Rigoletto”.
Estreou-se em Novembro de 1862, e registou um sucesso estrondoso. De tal maneira, que o Czar Alexandre, que assistiu à quarta récita, atribuiu a Verdi uma alta condecoração.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Arteta

Chama-se Ainhoa Arteta e é um soprano que os mais atentos à arte lírica conhecem, pelo menos de nome. Até porque ganhou, em 1993, o primeiro prémio do “Operalia”, o festival para jovens cantores, organizado por Plácido Domingo.
Mas talvez tenha sido esse o ponto mais alto da sua carreira.
Numa recente entrevista, a senhora, com pose de “diva” (que não é), respondeu à pergunta “Indique um animal da lírica que não seja o elefante da “Aida”, da seguinte forma:
“Um animal cénico de expressão, de bondade, de ajuda aos novos, é Plácido Domingo.
Haverá um antes e um depois dele, como houve com a Callas”.

“Em criança, queria ser Callas. Quem foi o seu Onassis?”
“Ninguém. Não suportaria um Onassis na minha vida. Não nego que tive pretendentes de muitos recursos, mas nunca valorizei esse aspecto”.

E chega de citações de uma entrevista quase “cor-de-rosa”.

Apetecia muito comentar.
Mas talvez não valha a pena.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Glass com Disney

A Ópera de Nova York acaba de encomendar a Philip Glass uma ópera sobre Walt Disney, que abordará os últimos dias de vida deste génio americano.
Prevê-se que estreie na temporada de 2012/13.
Glass (nasceu em 1937) é reconhecidamente um dos mais importantes compositores contemporâneos, tendo já mais de vinte óperas, das quais se destacam “Einstein on the Beach”, “Satyagraha” e “The Voyage”.


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