D. Francisco de Sousa Coutinho (1866-1924).
Nasceu num palácio.
“Chico Redondo”.
Morreu numa Casa de Saúde para indigentes mentais.
Uma e a mesma pessoa.
Barítono.
Cantou pela primeira vez em público com o “Fausto” (“Valentim”) no Teatro do Príncipe Real, do Porto, em 1888.
Lia-se, a propósito, no “O Primeiro de Janeiro”:…uma poderosa voz de barítono, dum timbre incomparável, quente, igual em todos os registos, rico de tonalidade e colorido…”
Parte para Milão, e ali canta o “Poliuto”, com êxito assinalável. Mas era Paris que o atraía, cidade onde vive alguns anos de grande boémia. Em 1896 assina um contracto com a Ópera de Berlim, estreando-se em Fevereiro de 1897 com “Os Palhaços”. Tanto bastou para o sucesso. Que se tornou verdadeiramente notável com a sua interpretação em “Falstaff”, papel que o celebrizou, e que, segundo muitos, era o melhor do seu tempo.
Em 1900 está nos Estados Unidos, cantando em Washington e Nova Iorque.
Ganhava fortunas. Tudo esbanjava.
Suécia, Dinamarca, Brasil, Polónia e mais países têm o privilégio de o ouvir até à I Grande Guerra, altura em que regressa a Portugal.
Velho, cansado, pobre.
Percorre o país em digressões de operetas, mas a voz está arruinada.
Começou a dar aulas de canto, mas os sinais de perturbação mental eram já nítidos, sendo internado em 1923 e falecendo no ano seguinte.
Vale a pena ler a notícia reproduzida em cima.
Um enorme cantor português, hoje quase desconhecido.
“Chico Redondo”.
Fontes:
“Cantores de Ópera Portugueses”, Segundo Volume, de Mário Moreau.
“Revista ABC” de 1923.