quarta-feira, 28 de maio de 2008

Claudio Abbado


É um apaixonado pela Botânica.
“Refugio-me entre as flores depois do trabalho, para pensar na música”.
E por Goya.
“As pinturas negras, os caprichos, os desastres de guerra, comovem-me”.
E sempre aprendeu com os mais velhos, desde jovem.
Toscanini, Bruno Walter, Furtwangler. Todos o fascinavam.
Um cancro diagnosticado, levou-o a “despedir-se” em Salzburgo com um monumental “Requiem” de Verdi na Páscoa de 2002. Pensou que seria a última obra que regia.
Não foi. Sobreviveu a várias cirurgias e reapareceu.
O “maior” da sua geração, agora com 75 anos, foi regente do Scala, da Filarmónica de Viena, e substituiu Karajan à frente da Filarmónica de Berlim entre 1989 e 2002. Só….

Claudio Abbado.

sábado, 24 de maio de 2008

Números...



3800 lugares, 30 óperas em rotação, 7 récitas por semana, 800 mil bilhetes vendidos por ano, 1500 funcionários, 15 dólares o bilhete mais barato e 175 o mais caro.
Nada recebe do Estado.
Os ensaios gerais são abertos ao público, com almoço grátis, e todas as récitas são transmitidas pela rádio. Para além disso, 8 das produções anuais são transmitidas em directo para mais de 700 cinemas em 70 países.
Há bilhetes especiais para estudantes, uma loja onde é possível comprar tudo o que se relaciona com ópera, e uma Galeria de Arte a causar inveja a muitas outras.

Isto é apenas uma parte do “Metropolitan” de Nova York.
E não é pouco….

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Lorin Maazel



Nasceu em França, mas foi criado nos Estados Unidos.
Menino-prodígio, recebeu a primeira lição de regência aos 7 anos, e estreou-se com 8, sendo convidado aos 11 para dirigir na rádio a Orquestra Sinfónica NBC, e no ano seguinte regeu várias grandes orquestras. Sabiam?
Foi o primeiro americano a reger em Bayreuth (1960).
Uma carreira de muito trabalho e muito sucesso, reconhecida por todos.
Lorin Maazel tem hoje 78 anos, mas não abrandou a sua actividade, tendo ainda bem recentemente dirigido “Madama Butterfly” em Espanha.
Em criança, queria ser matemático ou escritor, mas a música foi o caminho seguido, pois a vocação era inegável.
“Puccini é muito difícil de dirigir e muito fácil de escutar” e “Verdi tem um nível de inspiração único no mundo da música”.
Opiniões do Maestro.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Natalie Dessay

Há muitos anos que a França não tinha um soprano desta categoria.
Natalie Dessay.
Para além de uma voz extraordinária, interpreta os seus papéis com uma intensidade dramática impressionante, sendo já célebres a sua “Traviata”, a sua “Lucia” e a “Ofélia” de “Hamlet”.
E aconselho vivamente a sua “Manon”.
A cantora tem a sua agenda completamente preenchida até 2014…e não admira, porque a sua “coloratura” , por exemplo, é, hoje em dia, inigualável.
Vamos vê-la e ouvi-la no “Sempre Libera” da “Traviata”.
Desfrutemos.


quinta-feira, 8 de maio de 2008

As Óperas de Wagner (8)



Termino aqui estas breves notas sobre as óperas de Wagner.
Com “Os Mestres Cantores de Nuremberga”.
Para muitos, a sua melhor ópera, nomeadamente em muitos sectores da sociedade alemã que quase a consideram um símbolo nacional
Contrariamente a “Tristão e Isolda”, enaltece a cor e luminosidade do dia, num tom por vezes cómico, mas sempre genial.
Foi apresentada pela primeira vez em Munique em 1868.
No terceiro Acto há um facto algo inédito no compositor, que apresenta um quinteto absolutamente espantoso. Mas toda a ópera, que dura quatro horas e meia, é uma obra-prima, musicalmente perfeita, equilibrada, diferente até das obras anteriores de Wagner.
Pessoalmente, gosto muito de uma gravação da DG, com Dietrich Fischer-Dieskau (Hans Sachs), Placido Domingo (Walther von Stolzing) e por exemplo, Christa Ludwig (Magdalena).
Vamos ver e ouvir um clip extraordinário do “Prelúdio”e do final da ópera, dirigido por Karl Bohm, em 1935, com oficiais nazis na primeira fila da plateia…

segunda-feira, 5 de maio de 2008

As Óperas de Wagner (7)

Com “O Crepúsculo dos Deuses” termina o “Anel”.
Wagner começou a sua composição em 1870 e terminou-a quatro anos depois, estreando em Bayreuth em 1876.
É curioso notar que nesta ópera podemos encontrar o Wagner dos primeiros tempos e o da fase mais madura e “revolucionária”, o que não espanta, se pensarmos que muito para além dos anos que levou a compô-la, Wagner amadureceu-a bem antes de a ter passado à pauta.
Ópera longa (mais de quatro horas), nem sempre foi bem aceite, mesmo entre outros grandes compositores, como Tchaikovsky, que afirmou o seguinte: “com os últimos acordes, senti como se estivesse a ser libertado da prisão”. Opiniões.
O “Anel” é um monumento capital da cultura europeia. O pensamento e a música da segunda metade do século dezanove receberam um novo impulso com esta grandiosa epopeia. É um tecido musical sem interrupções, mas sempre com uma carga dramática intensa.
Não refiro qualquer gravação em especial, porque já chamei a atenção para elas nos comentários às óperas anteriores do “Anel”.
Ouçamos a grande Birgit Nilsson.


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