sexta-feira, 29 de junho de 2007

Ana Ferraz


Há poucos anos vi-a no “Elixir de Amor”. Uma bela voz, excelente presença em palco.
O soprano Ana Ferraz, que eu conhecia da Ópera de Câmara do Real Teatro de Queluz, (com Carlos Guilherme, Wagner Diniz e Elsa Saque), foi discípula de grandes Professores, bastando citar Hugo Casaes, Elsa Saque e Helena Pina Manique, a nível nacional, e fez cursos em Itália com Gino Bechi e Magda Olivero, por exemplo.
Estreou-se em São Carlos em 1991, numa ópera portuguesa quase desconhecida, “Amor de Perdição” de António Emiliano. Mas ali cantou diversas óperas, entre as quais “Gianni Schicchi”, “Don Giovanni” e “La Spinalba”.
Tem vários cd editados, mas é preciso procurar bem nas discotecas, porque neste País estes valores líricos estão praticamente votados ao ostracismo pelos pontos de venda. Mas se perguntarem, talvez tenham sorte…

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Carlo Bergonzi


Há quem muito o admire e quem não goste assim muito.
Sabem porquê?
É que Carlo Bergonzi fala “axim” e não “assim”, e no seu canto, em muitas palavras, torna-se muito evidente e estranho.
Mas…apreciando a sua voz, temos de o colocar na galeria dos grandes tenores do século XX.
Nascido em 1924, foi prisioneiro de guerra dos alemães na II Grande Guerra. Quando esta terminou, regressa a Itália e inicia os seus estudos de canto.
Estreia-se como barítono em 1947 (Schaunard em “La Bohème”), e assim canta durante alguns anos, até que em 1951, com a voz reeducada, aparece como tenor com o “Andrea Chenier”.
Estreia-se no La Scala em 1953, e em 1955 canta pela primeira vez nos Estados Unidos, em Chicago.
Cantou com todas as grandes figuras da Ópera do seu tempo, e são inúmeras as gravações que nos deixou.
Retirado, Bergonzi é dono de um hotel em Busetto, a que chamou “I due Foscari”.

Vamos ouvi-lo na célebre ária “Quando le sere al placido” da “Luísa Miller” de Verdi, seu compositor preferido.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Barbara Hendricks


A norte-americana Barbara Hendricks é uma cantora diferente.
Licenciada em Matemática e Química, resolveu que o canto seria a sua profissão, concluindo a Juilliard School of Music.
A sua voz é notável, mas apesar de inúmeras participações em ópera, Barbara sempre preferiu o Lieder, que foi e é o grande “condutor” da sua carreira.
Só que o soprano bem cedo resolveu colocar o seu talento ao serviço de causas nobres, como a dos refugiados, com quem colaborou durante mais de vinte anos, fundou em 1998 a “Barbara Hendricks Foundation for Peace and Reconciliation”, e esteve presente em Timor Leste no Dia da Independência como convidada especial.
Assistir a um concerto seu é fantástico, e Lisboa já teve várias oportunidades de o fazer, pois a cantora vem regularmente à Gulbenkian.
Desde 1977 vive na Europa, sendo cidadã sueca.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Montserrat Caballé


A Ópera “deve” muito a Espanha.
Nela nasceram grandes figuras da cena lírica, muitas outras que não sendo geniais têm contribuído, ao longo dos tempos, para a glória desta Arte.
Uma das maiores é, sem dúvida, Montserrat Caballé.
Catalã (nasceu em Barcelona em 1933), começou a sua carreira na Suiça, no final dos anos 50, integrando em Basileia a companhia de Ópera local, onde curiosamente interpretou Mozart e Strauss, e não os grandes compositores italianos.
Mas é com Donizetti que se torna estrela mundial, em 1965, quando em Londres interpretou a “Lucrezia Borgia”. 25 minutos de aplausos e chamadas ao palco!
Desse espectáculo, ficou a célebre ( e na minha opinião, exageradíssima) frase de um conhecido crítico : “Callas + Tebaldi = Caballé”.
É com Donizetti, mas também com Bellini e Rossini, que Caballé se torna um ídolo.
Torna-se fastidioso enumerar os seus êxitos.
Ouvir as suas gravações, nomeadamente todas as dos anos 60, é suficiente para considerar Caballé uma Diva.
Ei-la como Leonora, do “Il Trovatore”:

sábado, 16 de junho de 2007

Waltraud Meier


Mais um mezzo.
Mais um…não! Um dos maiores!
Waltraud Meier, que nasceu em 1956, na Alemanha, é uma wagneriana de enorme categoria.
Estreou-se em 1976 na ópera de Wurzburg, sua cidade natal, cantando a Lola da “Cavalleria Rusticana”, e internacionalmente em 1980 no Cólon de Buenos Aires; em 1983 chega pela primeira vez a Bayreuth para cantar o “Parsifal”. Foi considerada a melhor em palco e não mais parou.
Curioso o facto de não interpretar apenas os papéis wagnerianos para mezzo, mas também os de soprano como Isolda e Sieglinde.
É um espanto vê-la, porque além de excepcional cantora é igualmente uma grande intérprete dramática.
Ouçamo-la como Isolde. Sublime!


quinta-feira, 14 de junho de 2007

Giulietta Simionato


O grande mezzo Giulietta Simionato nasceu em 1910, e cantou desde 1928 até à sua despedida em 1966.
Faz parte da galeria de ouro da Ópera do pós-guerra, em que cada récita enchia os palcos de intérpretes de excepção em cada naipe de vozes.
Fez duplas inesquecíveis com Maria Callas e Renata Tebaldi.
Estreou-se no La Scala em 1936, e aí cantou durante toda a sua carreira, bem como nos principais palcos mundiais, inclusive o S.Carlos de Lisboa, onde esteve em 1954.
Gravou muitos dos seus enormes sucessos, o que constitui uma bênção para quem a pode ouvir, tantos anos depois de se ter retirado.
Verdi foi talvez o seu compositor de eleição.
Mas vamos aqui ouvi-la na “Habanera” da “Carmen”, em 1959.


domingo, 10 de junho de 2007

Caruso


Lembro-me, quando era petiz e a Ópera começava a interessar-me, de ouvir o meu Avô dizer que Caruso era o melhor tenor de sempre.
Habituei-me a ouvi-lo num velhinho disco de 78 rotações, só gravado de um dos lados, mas que já tinha sido ouvido tantas vezes, que de Caruso chegava uma voz distante.
Mas acreditei, até porque na altura não tinha qualquer termo de comparação.

Enrico Caruso (1873-1921), nasceu e morreu em Nápoles, e foi ele quem eternizou as “canções napolitanas” que hoje todos conhecemos, ao gravá-las, pela primeira vez, em disco.
Estreou-se em 1894, notabilizando-se em vários papéis, mas ficando mais conhecido pelo Canio de “Os Palhaços” e o Radamés da “Aida”.
Na sua época, foi o cantor que mais vezes atravessou o Atlântico, pois os contratos para os Estados Unidos não cessavam.
Muitos consideraram-no o melhor de sempre, com o agudo mais potente que algum tenor alguma vez dera.
Morreu novo, e tal facto ajudou certamente a construir o mito.

Para mim, e ouvindo os cd retirados dos seus discos, trabalhados em laboratório, ouso dizer que era um excelente tenor. Mas não o melhor. Nem na segunda posição…

Enrico Caruso. Um grande tenor.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Astrid Varnay


Astrid Varnay, de seu nome completo Ibolyka Astrid Maria Varnay (1918-2006) foi um soprano sueco (apesar dos pais serem húngaros) de indiscutível qualidade, célebre, entre outros fabulosos papéis, pela sua interpretação de “Elektra” com Karajan em 1964.
Mas o mundo da Ópera quase perdia esta voz maravilhosa para um qualquer escritório, pois não acreditando nas suas qualidades vocais, Varnay estudou dactilografia, e queria mesmo ser secretária. Foi a mãe, também ela antiga cantora, quem “deu a volta” ao destino, e aos 22 anos, vai prestar provas ao MET ( a família havia emigrado para os EUA em 1924), sendo contratada por um período de 3 anos. Ao ter de substituir a enorme Lotte Lehman na Sieglinde ( “Die Walkure”), fê-lo com tal categoria que a crítica ficou esfusiante e começou também a sua brilhantíssima carreira como cantora “wagneriana”, em “Lohengrin”, “Tannhauser”, “Tristan und Isolde”, “Die Meistersinger von Nurnberg”.
Wagner e Strauss serão sempre os seus compositores favoritos.
A sua carreira ficou dividida entre o MET e as grandes salas europeias, mas sempre com o repertório destes dois compositores.E para espanto de muitos, Astrid Varnay canta, em 1995, com 77 anos a Nurse (Boris Godunov) em Munique.
Vamos ouvi-la no "Navio Fantasma".

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Flagstad


Sobre esta genial cantora, vamos deixar falar quem sobre ela muito sabe.

Pode avançar, Raul.

Um abraço
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