segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Polémica


Violeta Urmana.
Começou como “mezzo”, passou a “soprano”.
Já cantou Wagner, Verdi, Puccini, Ponchielli, Richard Strauss. E outros.
Mas não é uma "primeira figura". Longe disso.

Numa entrevista recente, afirmou:

“Não faço efeitos especiais para a galeria. Mesmo que isso signifique não seguir as pisadas de algumas grandes divas, como a Callas, que algumas vezes modificava notas para brilhar, sem acrescentar nada à partitura. Não é justo nem bonito.
Creio que o critério para reconhecer o bom canto nos nossos dias, não pode ser feito em relação com o passado. O gosto mudou, e não nos podemos basear apenas nos discos.”

Polémico, no mínimo.

3 comentários:

Hugo Santos disse...

Não me parece que tenha sido o gosto a mudar, mas sim o nível geral dos intérpretes. Esse, claramente diminuiu. O bom canto é, ou pelo menos deve ser, intemporal, pese embora questões estilísticas. Os discos de referência e não só estão aí para o provar, a esmagadora maioria deles sem o aparato técnico e tecnológico dos actuais. A sra. Urmana é uma belíssima intérprete, disso não haja dúvida. Agora, pretender passar um pano sobre décadas, séculos da história do canto, soa-me a falta de bom senso. Pelo menos, é o que eu depreendo. O que é que lhe parece, caro José?

José Quintela Soares disse...

Caro Hugo

Concordo inteiramente consigo.
Compreendo que Urmana não queira ser comparada com as grandes cantoras do passado...mas não pelos motivos apontados.
E evidentemente que o gosto não mudou, exceptuando o de alguns encenadores, mas uma Voz é, e será sempre, algo que distingue as grandes cantoras das outras, onde naturalmente Urmana se sente colocada.
Um abraço.

spring disse...

Caro José quintela Soares!
A história/passado seja qual for a Arte nunca morre ou é esquecida, porque ela permanece sempre como uma referência para os tempos presentes.
Abraço cinéfilo
Paula e Rui Lima

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