sábado, 21 de abril de 2007

Mariella Devia


Não percebo a razão pela qual este soprano lírico-ligeiro é sobretudo apreciado em Itália, ainda que por lá passe a maior parte das temporadas .
Há muitos anos, assistia na televisão a um espectáculo de homenagem a Maria Callas, quando a ouvi pela primeira vez, numa ária da “Lucia”. Fiquei abismado.
Que voz! Que segurança!
Nascida em 1948, canta em todos os principais palcos italianos, em óperas de Donizetti, Rossini e Mozart, mas também outros.
E a sua “Lucia”, que cantou ainda o ano passado no La Scala, é espantosa.
Em dvd a única ópera que tenho com ela é “A Filha do Regimento”.
Que aconselho.

4 comentários:

Anónimo disse...

Caro José,
Partilho a sua opinião de ser estranho a Mariella Devia não ser internacionalmente reconhecida. Voz bastante potente e encorpada, talvez a melhor voz italiana pós-Freni. No centenário verdiano de 2001 o melhor concerto foi a Gala de Verdi de Parma com a nata do canto italiano (Domingo, Carreras, Cura, Matos, Raimondi, Schalchi, Nucci, ...), onde o maior triunfo coube a Mariella Devia, quando cantou o final do primeiro acto da Traviata.
Eu tenho uma teoria (!) para o não sucesso internacional da cantora. O José favoreceu muita a Devia na fotografia, pois ela é feínha e baixinha e essa é a razão. Repare que as grandes cantoras do momento são mulheres muito bonitas: Matilla, Fleming e Gheorghiu. O cinema impõe-se e talvez se exija um mínimo em termos de beleza a que a Devia não corresponde.
Raul

Anónimo disse...

Caro Raul

Não sei se concordo consigo.
Está a ver a Sutherland? Muitos conhecem-na por "Cara de Cavalo" e não deixou por isso de ser "La Stupenda"; a Cotrubas era simplesmente horrorosa; a Nilson era feia como uma noite de trovões; a Battle de fugir; a Scotto não era propriamente uma beldade...a Caballé...está tudo dito.
Não, caro Raul, acho que não tem razão. Talvez o marketing não a tenha favorecido, pois haver pouquíssimas gravações em dvd, de um soprano desta qualidade, não é normal.
Mas...é apenas a minha opinião.
Um abraço.

Anónimo disse...

Caro José,
Temos conceitos de beleza feminina diferentes a começar pelo facto de eu considerar a Battle uma mulher bonita.
Um abraço
Raul

Anónimo disse...

Battle era mesmo uma mulher bonita. Acho que a feiúra não atrapalha quando o talento é grande demais. Se fosse assim, Jessye Norman ou Birgit Nilsson não teriam sido as grandes estrelas que foram. Talvez a própria Devia tenha escolhido uma vida menos atribulada, centrando sua carreira na sua terra natal. Ou simplesmente ela não teve o agente ou o marqueteiro certo.
Além disso, à parte sua técnica fantástica e voz cremosa, ela não me parece ser uma artista "de presença", não possui uma personalidade muito impactante no palco. A comparação com Scotto, Sutherland ou Callas torna nítida a diferença de carisma e presença de palco.
Dito isso, ainda acho que, pela performance vocal de primeiro nível, ela merecia muito mais fama.

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