A seguir ao “Rapto do Serralho”, Mozart compôs “As Bodas de Fígaro” (1787), Don Giovanni (1788) e Cosi Fan Tutte (1790), todas elas óperas cómicas italianas sobre textos do mais feliz dos colaboradores de Mozart, o padre Lorenzo da Ponte. Neste campo da ópera italiana nem um nem outro estavam sós ou sem “concorrentes”.
Da Ponte tinha no padre Casti um odiado rival; Casti tinha uma língua das mais venenosas e é uma pena que Mozart nunca se tenha servido dos seus libretos pois são imensamente divertidos. Infelizmente Casti associara-se a Salieri, muito abaixo do génio de Mozart, apesar de ser, ao tempo, bem mais popular.
A exemplo do que mais tarde aconteceria a Haendel e a Wagner, Mozart foi acusado de não saber escrever para vozes e usar orquestrações demasiado ruidosas.
Esta questão é deveras interessante; o que verdadeiramente perturbava os auditores contemporâneos de Mozart era o facto de ele se preocupar muito mais com a orquestra do que os seus pares. Uma partitura pobre e vazia pode frequentemente soar muito mais desagradavelmente barulhenta do que outra cheia de pormenores engenhosos e expressivos.
Mas voltemos às óperas.
“As Bodas de Fígaro” são quase um manifesto revolucionário, “Don Giovanni” já foi considerado “um estudo de patologia sexual” e “Cosi Fan Tutte” foi julgada tão chocante que tiveram de aplicar à música uma série de novos libretos.
Ou seja, Mozart ao seu melhor nível.
Regressarei a cada uma delas nos próximos posts.
Deixo aqui a célebre Abertura das “Bodas” pela orquestra do MET dirigida por James Levine e depois recordemos a grande Eleanor Steber em “Donve Sono”, numa produção de 1951.
Da Ponte tinha no padre Casti um odiado rival; Casti tinha uma língua das mais venenosas e é uma pena que Mozart nunca se tenha servido dos seus libretos pois são imensamente divertidos. Infelizmente Casti associara-se a Salieri, muito abaixo do génio de Mozart, apesar de ser, ao tempo, bem mais popular.
A exemplo do que mais tarde aconteceria a Haendel e a Wagner, Mozart foi acusado de não saber escrever para vozes e usar orquestrações demasiado ruidosas.
Esta questão é deveras interessante; o que verdadeiramente perturbava os auditores contemporâneos de Mozart era o facto de ele se preocupar muito mais com a orquestra do que os seus pares. Uma partitura pobre e vazia pode frequentemente soar muito mais desagradavelmente barulhenta do que outra cheia de pormenores engenhosos e expressivos.
Mas voltemos às óperas.
“As Bodas de Fígaro” são quase um manifesto revolucionário, “Don Giovanni” já foi considerado “um estudo de patologia sexual” e “Cosi Fan Tutte” foi julgada tão chocante que tiveram de aplicar à música uma série de novos libretos.
Ou seja, Mozart ao seu melhor nível.
Regressarei a cada uma delas nos próximos posts.
Deixo aqui a célebre Abertura das “Bodas” pela orquestra do MET dirigida por James Levine e depois recordemos a grande Eleanor Steber em “Donve Sono”, numa produção de 1951.
3 comentários:
Conheço a aria mas não a cantora. talvez seja mesmo o diálogo entre os vários quase solitas, os naipes da orquestra e a voz aquilo que me mais admiro nas obras de Mozart com canto, situação, embora com tratamento diferente, também se ouve em Haendel e Wagner ou seja, aquilo que muitos críticos diziam é, provavelmente, o motivo da minha admiração, Pois a música não é só regra, é também inteligência na transgressão e emoção e nisso as óperas de Mozart são belos exemplos.
aqui são montadas com uma certa freqüência. a cossotto vem ao brasil semana que vem e vai gravar um cd por aqui. beijos, pedrita
Impressionante como Fiorenza Cossotto, com mais de 70 anos, ainda grava.
Extraordinário mezzo, com uma força representativa impressionante.
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