quinta-feira, 24 de abril de 2008

As Óperas de Wagner (5)

Das óperas que constituem o “Anel”, “A Valquíria” é, sem qualquer dúvida, a mais popular. Porquê? Basicamente por duas razões: a primeira é a sua música sublime, que encanta todos os que a ouvem desde a sua estreia em Munique, em 1870. A segunda é porque esta ópera forma como que um parêntesis dramático no “Anel”. Enquanto duas personagens do “Ouro do Reno” (Wotan e Fricka) regressam na “Valquíria”, são aqui “explorados” no seu lado humano e emocional, apesar de muitos dos personagens da ópera serem deuses, e portanto não sujeitos à lei do Homem.
Não há coros.
É a única da tetralogia em que nenhum personagem possui o “anel”. Este só reaparecerá em “Siegfried”, com Fafner.
Em termos cénicos, poder-se-à dizer que é a menos elaborada das quatro, havendo apenas um efeito especial, no fim da ópera, quando o fogo envolve Brunnhilde.
Mas o grande “efeito especial” da “Valquíria”, é, repito, a qualidade musical. Mesmo a intensidade dramática do enredo é elevada com a excepcional música que Wagner compôs, ele que em óperas anteriores, prestara muito mais atenção ao texto que propriamente à música.
Em cd, destaco uma gravação da Decca com Birgit Nilsson, George London, Jon Vickers e Rita Gorr, dirigidos por Erich Leinsdorf.
Em dvd, Gwyneth Jones, Donald McIntyre, Peter Hoffmann e Hanna Schwarz, dirigidos por Pierre Boulez.
Todos conhecem a célebre “Cavalgada”.
Por isso, escolhi o “Fogo Mágico”.

1 comentário:

Carlos Faria disse...

além da música sublime e do intervalo no anel, existe um outro aspecto interessante neste episódio.
num período em que se enaltecia o amor romântico e em que se procurava mostrar a sua força, capaz de vencer tudo, eis que um amor terreno e contra todas as regras é aqui derrotado em nome de valores tradicionais.
situação ainda mais significativa quando sabemos do desrespeito de wagner pelos mesmos valores quando compôs o Tristão.

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