O estudo atento de “Don Giovanni” mostra claramente que Da Ponte e Mozart tinham em mente repetir o sucesso de “As Bodas de Fígaro”. Da Ponte voltava a adaptar uma peça antiga, mas desta vez, em vez de possuir uma apurada comédia que pudesse apenas traduzir, dispunha unicamente de um velho libreto italiano a reescrever.
Era uma obra mal proporcionada, e o próprio autor tivera de apresentar as suas desculpas sob a forma de um prólogo, em que glosava um tema favorito dos compositores de ópera do século XVIII : o de uma companhia de teatro em apuros.
“Don Giovanni” é a história dum gentil-homem gozador e do seu cómico criado particular. Esse criado cómico, que aparece em centenas de óperas, é Arlequim – nesta ópera o escudeiro bufão, o porta-voz do poeta quando este reclama o seu direito de criticar o mundo. É uma comédia para divertir, com um toque de sátira social e grande parte de irrealidade fantástica. Nada é real e a moralidade aqui não existe. Mesmo os que consideram que o personagem principal se reveste de um “sex-appeal” irresistível, devem lembrar-se de que todos os seus casos amorosos conduzem-no a situações ridículas e humilhantes.
Seja como for, “Don Giovanni” é uma das óperas de Mozart mais representadas e apreciadas.
Em dvd, sugiro duas produções: uma de 1960, com Mario Petri, Sesto Bruscantini, Leyla Gencer e Teresa Stich-Randall, que é difícil encontrar mas absolutamente fantástica, e outra de 1991 com Thomas Allen, Ferrucio Furlanetto, Carol Vaness e Carolyn James.
Em cd, uma gravação rara, de 1970, com Nicolai Ghiaurov, Bruscantini, Gundula Janowitz, Sena Jurinac e Alfredo Kraus no “Don Ottavio”. É soberba!
Mas evidentemente que há muitas outras, francamente boas.
Vamos ouvir a célebre ária “Là Ci darem la Mano”, cantada por Renée Fleming (Zerlina) e Dmitri Hvorostovsky (Don Giovanni).
Era uma obra mal proporcionada, e o próprio autor tivera de apresentar as suas desculpas sob a forma de um prólogo, em que glosava um tema favorito dos compositores de ópera do século XVIII : o de uma companhia de teatro em apuros.
“Don Giovanni” é a história dum gentil-homem gozador e do seu cómico criado particular. Esse criado cómico, que aparece em centenas de óperas, é Arlequim – nesta ópera o escudeiro bufão, o porta-voz do poeta quando este reclama o seu direito de criticar o mundo. É uma comédia para divertir, com um toque de sátira social e grande parte de irrealidade fantástica. Nada é real e a moralidade aqui não existe. Mesmo os que consideram que o personagem principal se reveste de um “sex-appeal” irresistível, devem lembrar-se de que todos os seus casos amorosos conduzem-no a situações ridículas e humilhantes.
Seja como for, “Don Giovanni” é uma das óperas de Mozart mais representadas e apreciadas.
Em dvd, sugiro duas produções: uma de 1960, com Mario Petri, Sesto Bruscantini, Leyla Gencer e Teresa Stich-Randall, que é difícil encontrar mas absolutamente fantástica, e outra de 1991 com Thomas Allen, Ferrucio Furlanetto, Carol Vaness e Carolyn James.
Em cd, uma gravação rara, de 1970, com Nicolai Ghiaurov, Bruscantini, Gundula Janowitz, Sena Jurinac e Alfredo Kraus no “Don Ottavio”. É soberba!
Mas evidentemente que há muitas outras, francamente boas.
Vamos ouvir a célebre ária “Là Ci darem la Mano”, cantada por Renée Fleming (Zerlina) e Dmitri Hvorostovsky (Don Giovanni).
3 comentários:
ótimos os seus posts sobre as óperas de mozart. a fiorenza cossotto esteve no brasil pra gravar um cd. eu falei do concerto que vi com ela no meu blog. beijos, pedrita
Admiro muito o trabalho deste blog, pelo seu caráter didático e orientador. Vi o "Don Giovanni" de 1991, conforme o senhor mencionou, com Thomas Allen, Ferrucio Furlanetto, Carol Vaness e Carolyn James. Gostei muito, principiante que sou, do "Don Giovanni" de 1987, no Teatro ALLA SCALA, com Thomas Allen, Desderi, Edita, Ann Murray, Araiza e Susanne Mentzer.
O senhor chegou a ver essa récita?
Não vi, caro remo, mas pelo elenco...deve ter sido muito bom.
Grato pelas suas palavras.
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