terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Piero de Palma

Ninguém o conhece. Pelo menos, ninguém o recorda.
No entanto, em qualquer discoteca particular de boa ópera, é um dos cantores mais presentes, em papéis secundários ou quase insignificantes.
Piero de Palma. Tenor.
Ou era o mensageiro, ou o pajem, aquelas personagens que se limitam a cantar uma ou duas frases, para bem dos nossos ouvidos, na maioria dos casos.
Esteve ao lado de todas as grandes “estrelas”, dos grandes maestros, nos palcos mais famosos, e nunca saiu do anonimato.
Os conhecedores até brincavam com a sua carreira, tão longa ela foi, sempre como “muleta” dos grandes cantores.
E pensando friamente, sem este tipo de cantores não haveria ópera, pois se os papéis existem alguém tem de os interpretar.
Procurem nas célebres gravações, por exemplo, de Maria Callas, e verifiquem se não está lá, perdido nos elencos, o nome de Piero de Palma. Confiram na “Traviata” de 1958 em S.Carlos. Depois, com paciência, escutem as suas pequenas intervenções.
Até nem era assim tão mau …
Com Piero de Palma, quero chamar a atenção para cantores desconhecidos, mas sem os quais não haveria ópera.

2 comentários:

Hugo Santos disse...

Era um belíssimo comprimario. Dai a extensa carreira que findou nos anos 80, salvo erro no MET.

Carlos Faria disse...

Interessante este post que nos faz reflectir na importância de tudo aquilo que circunda os grandes cantores e que não parecendo importantes, são mesmo fundamentais... aspecto que não é exclusivo do mundo da ópera, mas sim da vida.

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