quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Zarzuela

Admiram-se muitos da quantidade e qualidade dos cantores espanhóis ao longo dos tempos.
Para citar apenas alguns dos nomes mais conhecidos, temos Placido Domingo, Montserrat Caballé, José Carreras e Alfredo Kraus, mas também Teresa Berganza, Victoria De Los Angeles, Pilar Lorengar e Juan Pons. Mas mais haveria para citar.
Porque será?
A resposta é simples.
Em Espanha existe a “zarzuela”, um estilo de opereta muito popular, e que funciona como verdadeira escola de canto.
Entre as mais populares, lembro “Luísa Fernanda” e “La Verbena de la Paloma”, mas há dezenas conhecidas por todos. Nelas estão “árias” que todos sabemos cantar.
Interessante realçar o carinho do povo espanhol pela “zarzuela”, não a deixando desaparecer, contrariamente a outros povos que desprezam as suas tradições, como o teatro de Revista, em Portugal.

Vamos ouvir Placido Domingo no “Ay, Mi Morena”.
Ouçam bem. É fantástico!

3 comentários:

Carlos Faria disse...

Fantástico foi, como sempre é Plácido Domingo. Concordo que a zarzuela (tipo de música que quase desconheço na totalidade) possa ser escola de canto e isso permitir descobrir tantas vozes brilhantes em Espanha, mas penso que actualmente na Roménia surgem muitas vozes e não existe uma tradição popular semelhante e em Portugal temos Elisabete Matos, quiçá outras, que os portugueses mal conhecem e os espanhois admiram... pelo que algo mais deve haver lá ou faltar cá. Penso que é sobretudo a última hipótese a razão das nossas vozes não serem reconhecidas...

Hugo Santos disse...

Não se esqueça do Jaume (Giacomo) Aragall.

teresamaremar disse...

Placido Domingo transporta a herança de Pepita Embril, grande senhora da zarzuela.
Cresce rodeado dos cantores da companhia criada pelos seus pais.
E sempre lhe será fiel, em memória.

Os espanhóis cuidam da zarzuela, como, em tudo, cuidam da sua identidade, de a preservar, de a levar aos mais novos. Na sua maioria, a nova geração portuguesa, muito provavelmente, acharia ridículo cantar ou bailar Sevilhanas.
Assim é.


O Teatro de Revista... não sei... eu gostava, e começava a gostar mal me aproximava dos portões do Parque Mayer... o frisson, as luzes e cores. Era todo um acontecimento, logo aí.

Esquecido o Parque, desprezado o Teatro. Porém, o condimento essencial, que era o dizer dissimulado, o prazer da mensagem a passar, escondida embora entendível, também deixou de fazer sentido no pós Abril.

Era o texto criativo, a piada subtil, serpenteante para conseguir chegar ao público. Mas não vulgar. Não brejeira.
A liberdade terá determinado o fim do Teatro de Revista, que, a tornar-se boçal, antes permaneça apenas em memória.

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