segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Fiasco


S.Carlos assistiu à estreia mundial de “Das Marchen”, de Emmanuel Nunes.
Mas não só o teatro de Lisboa. Outras 14 salas nacionais, de Ponte de Lima aos Açores, tiveram oportunidade de ver, em ecrãs gigantes. Com discursos e tudo, como o da Ministra da Cultura, que classificou a iniciativa como um “esforço de abertura da ópera contemporânea à comunidade”.

Perante isto, aqui deixo três perguntas:
- Num país que não conhece ópera, optar pela contemporânea não será querer ir longe de mais?
- Ainda que se trate de um compositor português, é “chamariz” para o grande público?
- Não seria preferível este tipo de iniciativas com óperas conhecidas e árias “eternas”?

Defendo “Opera per Tutti”, não apenas para uma elite intelectual que entende Emmanuel Nunes como a “chave” para um maior conhecimento e divulgação da arte lírica.
Porque não é nem será.

Primeiro sinal claro de que tenho razão: metade do público que enchia S.Carlos…saiu no intervalo….

2 comentários:

Carlos Faria disse...

Não vi a obra, conheço Emanuel Nunes de outros trabalhos e não desgosto em determinados momentos. Já ouvi excertos de óperas contemporâneas que gostei e só tenho uma completa, também alemã. Mas se houve fiasco a culpa não é do compositor, mas de quem quer começar a atrair o público pelos trabalhos mais complexos, é como começar a alimentar o recém nascido, não com leite, mas sim com feijoada e cozido à portuguesa...

Hugo Santos disse...

O fiasco era esperado. Nunca fui apreciador de Nunes. O que mais me choca são o milhão de euros despendidos nesta "brincadeira", um director de teatro despedido, etc. Para uma reflexão séria de alguém que sabe do que fala (pelo menos nunca me "desiludiu"), convido à leitura dos textos do Henrique Silveira em criticomusical.blogspot.com

Abraço.

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