Em 1921, o Teatro S. João, no Porto, recebia uma Companhia de Ópera, que integrava nomes como Maria Barrientos ou o Maestro Vittorio Gui.
Barrientos (1883-1946) foi um enorme soprano “coloratura”, convidada por todos os grandes palcos mundiais, da Europa ao MET, passando por Buenos Aires.
Cantou muitas vezes ao lado de Caruso, e era uma das mais respeitadas figuras da cena lírica mundial.
Vittorio Gui (1885-1975), presente em muitas das gravações que todos nós possuímos, foi um dos mais conhecidos e reconhecidos maestros, numa época em que os talentos abundavam.
Célebre o seu “Parsifal” de 1950 com Maria Callas, brilhante o “Barbeiro de Sevilha” de 1962, e fantásticas umas “Bodas de Fígaro” com Sena Jurinac.
Bastaria notar que Gui foi convidado por Bruno Walter para maestro convidado do Festival de Salzburgo, para avaliar a sua capacidade.
O Porto dos anos 20 do século passado teve ocasião de assistir a várias récitas de algumas óperas por estes intérpretes de excepção. Acompanhados por outros nomes importantes à época, como o soprano Madeleine Bugg, o tenor Dino Borgioli, o barítono Enrico Molinari ou o baixo Bruno Carmassi.
Há quase 90 anos.
E hoje?
Barrientos (1883-1946) foi um enorme soprano “coloratura”, convidada por todos os grandes palcos mundiais, da Europa ao MET, passando por Buenos Aires.
Cantou muitas vezes ao lado de Caruso, e era uma das mais respeitadas figuras da cena lírica mundial.
Vittorio Gui (1885-1975), presente em muitas das gravações que todos nós possuímos, foi um dos mais conhecidos e reconhecidos maestros, numa época em que os talentos abundavam.
Célebre o seu “Parsifal” de 1950 com Maria Callas, brilhante o “Barbeiro de Sevilha” de 1962, e fantásticas umas “Bodas de Fígaro” com Sena Jurinac.
Bastaria notar que Gui foi convidado por Bruno Walter para maestro convidado do Festival de Salzburgo, para avaliar a sua capacidade.
O Porto dos anos 20 do século passado teve ocasião de assistir a várias récitas de algumas óperas por estes intérpretes de excepção. Acompanhados por outros nomes importantes à época, como o soprano Madeleine Bugg, o tenor Dino Borgioli, o barítono Enrico Molinari ou o baixo Bruno Carmassi.
Há quase 90 anos.
E hoje?
(Cartaz publicado na Revista "ABC")
4 comentários:
Caro José,
hoje é o que se sabe: um esforçado Circulo Portuense de Ópera que apresentava dois títulos por "temporada" e que, com o corte de verbas por parte do Ministério da Cultura, não leva à cena um único título há cerca de dois anos. É desolador. Era de todo conveniente que existisse um segundo teatro de ópera em Portugal que pudesse funcionar como plano intermédio entre os conservatórios, o São Carlos e, quiçá, outros palcos internacionais.
Ainda nesta linha de descentralização, gostaria de lhe colocar uma dúvida. Ao consultar os volumes que compõe a obra "Cantores de Ópera Portugueses" de Mário Moreau é frequente, sobretudo naqueles intérpretes com uma carreira mais expressiva, encontrar imensas referências a récitas cantadas um pouco por todo o país em teatros, cine-teatros, teatros municipais, etc. O José saber-meia esclarecer se se tratavam de digressões da Companhia Portuguesa de Ópera ou produções organizadas por outras entidades?
Caro Hugo
Pois... hoje, no Porto...NADA. A exemplo, aliás, do que acontece por todo o País.
Repare que, por exemplo, uma pequena Companhia, como a do Real Teatro de Queluz, de que fazem parte Elsa Saque, Ana Ferraz, Carlos Guilherme e Wagner Diniz, não faz um espectáculo há mais de 1 ano! Os mesmos que espalharam recitais líricos de excelente qualidade por todo o país, hoje...nada. As Câmaras, o Inatel, outras entidades, devem preferir Tony Carreira e quejandos...
Enfim...
Tentando responder à sua questão:
A saudosa Companhia Portuguesa de Ópera efectuava os seus espectáculos, como sabe, no Trindade, tendo saido, por diversas ocasiões, para a Madeira, Açores e mesmo estrangeiro, chegando a actuar em Barcelona.
(Seria interessante, nos nossos dias, que uma qualquer Companhia Portuguesa fosse convidada para cantar no Liceo...)
Os espectáculos a que se refere, as récitas de variados intérpretes pelo país, eram organizações locais, as mais diversificadas, mas em que, obviamente, as Câmaras Municipais desempenhavam papel de relevo.
Um abraço.
Caro José,
obrigado pelos seus esclarecimentos. Não fazia ideia que as estruturas locais, no passado, fossem tão activas no campo operático. Um profundo contraste com as actuais programações culturais locais no que à música diz respeito, salvo algumas excepções.
incrivel. que desolação abunda nestas paragens!
Enviar um comentário