domingo, 29 de julho de 2007

Rosa Ponselle


Filha de emigrantes italianos nos Estados Unidos, Rosa Ponselle começou bem cedo a cantar com a irmã em dueto, no “vaudeville” de Nova York.
Era uma dupla de sucesso, que um dia foi ouvida por Enrico Caruso. De tal maneira ficou impressionado com a voz da jovem Rose, que lhe arranjou um contracto para o MET, em 1918.
Aí se estreou com a Leonora da “La Forza del Destino”, exactamente com Caruso.
Sucesso tremendo!
Sucederam-se os grandes papéis de soprano, e em 1927 a “Norma”, que a celebrizou.
Na década de 30 cantou nos principais palcos europeus, e quando no auge da sua carreira, em 1937, decide retirar-se.
Uma decisão que a crítica da época recebeu mal, pois o soprano era uma das primeiras figuras, mas Rosa Ponselle acabara de casar com um milionário americano, e optou por uma vida longe dos palcos.
Perdia-se uma voz extraordinária e uma intérprete de excepção.
Felizmente deixou-nos inúmeras gravações, que podem ser facilmente encontradas, sendo difícil escolher.
Faz parte da lista das minhas cantoras preferidas.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Leontyne Price

Nascida em 1927, começou aos 5 anos a receber lições de piano, mas nessa idade já ouvia a mãe, também ela com uma bela voz, a cantar.
E na escola, fazia igualmente parte do Coro, aí se destacando desde logo.
Entendeu que queria ser professora de música, mas ao escutá-la, o Director do “College of Educational and Industrial Arts” conseguiu convencê-la de que o seu futuro residia muito mais no canto. E em 1948 ingressa na célebre “Juilliard School of Music”, em Nova York.
A sua estreia acontece em 1952, num papel de que se tornaria uma das maiores intérpretes, a Bess de “Porgy and Bess”.
A década de 50 é perfeitamente alucinante na sua carreira. Os papéis sucediam-se, o êxito sempre estrondoso. Entre muitos outros, “Tosca”, “A Flauta Mágica”, “Diálogo das Carmelitas”, “Aida”. Refira-se, a propósito desta última ópera, que Price cantou no La Scala em 1960, que foi a primeira cantora negra a cantar um papel principal naquele teatro.
Em 61 estreia-se no MET com a Leonora de “Il Trovatore”. A ovação durou 42 minutos…uma das maiores na história daquele “templo”.
E a década de 60 não foi mais descansada para o soprano. Perto de 120 representações.
Nem a seguinte.
Leontyne Price.
Um nome que dispensa comentários.
Ouvi-la é divino. É pelo menos esta a minha opinião.

domingo, 22 de julho de 2007

Régine Crespin

Morreu há poucos dias. Nascera em 1927.
Aluna brilhante do Conservatório de Paris, onde obteve as mais altas classificações, estreou-se em 1948.
Uma voz potente, enorme capacidade de representação, ela é em Bayreuth, nos anos 50, uma das grandes wagnerianas.
Canta pela primeira vez no MET em 1962, e escolhe "O Cavaleiro da Rosa", um dos seus papéis favoritos.
Em Salzburgo, com Karajan, aparece na Brunnhilde em 1967 e 1968.
Despede-se dos palcos em 1989, e é professora no mesmo Conservatório onde tanto se distinguira como aluna de 1976 até 1992.
Régine Crespin.
Mais uma grande voz que desaparece.


quinta-feira, 19 de julho de 2007

Jon Vickers

A primeira vez que o ouvi foi no célebre “Otello” com Mirella Freni, dirigidos por Karajan, em 1974. E fiquei, a partir daí, um seu admirador.
Este tenor canadiano nasceu em 1926, e estudou ópera em Toronto até partir para Inglaterra, onde ingressou na Royal Opera House em 1957, estreando-se com o Riccardo do “Baile de Máscaras”. Transferiu-se para o MET em 1960, aí cantando na estreia o Canio dos “Palhaços”, e onde durante anos e anos cantou tanto papéis wagnerianos como italianos, pois a sua voz permitia-lhe abarcar todos os tipos de tenor.
Colocava uma tal intensidade dramática nas suas interpretações, que se torna inolvidável para quem teve a sorte de a elas assistir.
Diria que Jon Vickers é um tenor diferente.


quinta-feira, 12 de julho de 2007

Giulio Neri


A sua vida foi muito curta (1909-1958), e a sua carreira artística durou pouco mais de vinte anos.
Mas foi seguramente um dos baixos mais importantes da sua geração, e as suas raras gravações ainda hoje são ouvidas com especial interesse.
Giulio Neri era um baixo “profondo”, daqueles que eu gosto de ouvir, no seguimento de Tancredi Pasero, e anterior à escola de Leste, nomeadamente a búlgara e a russa.
O grande barítono Tito Gobbi chegou a afirmar que o Grande Inquisidor de Neri no “Don Carlo” definia o papel.
Giulio Neri actuou principalmente na sua Itália natal, cantando em todos os principais palcos da Ópera, bem como na rádio.
Se puderem, e encontrarem, ouçam-no.
Prometo que, dentro em breve, voltarei a ele, para indicar algumas das gravações disponíveis.
Até lá, aqui o têm exactamente no Grande Inquisidor, ao lado de Cesare Siepi.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Teresa Berganza


Rossini, Mozart e Bizet são os três compositores que ajudaram a cimentar a carreira de Teresa Berganza, versátil cantora espanhola que interpreta papéis de mezzo mas também de soprano.
Estreou-se em 1955 como Dorabella em “Così Fan Tutte”, e logo depois fez a Rosina do “Barbeiro de Sevilha”, papel que não mais abandonaria e que a celebrizou.
Nascida em 1935 ( o mesmo ano de Freni e Pavarotti), Berganza foi a primeira mulher eleita para a Academia Real das Artes, em Espanha.
É actualmente professora na Escola Superior de Música de Madrid.
Mais uma enorme cantora lírica espanhola.
Ei-la na “Cenerentola”.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Gwyneth Jones


Falo hoje de um dos maiores sopranos dramáticos que a Ópera conheceu.
Nunca esquecerei aquela noite na Aula Magna, repleta, em que ficámos completamente extasiados com a sua actuação. O auditório rebentava de aplausos no final de cada ária. E merecidos.
Gwyneth Jones, que nasceu em 1937, no País de Gales, estudou em Londres, mas à sua custa; trabalhava como empregada de balcão, num bar, para poder suportar as despesas.
O seu primeiro grande sucesso foi, indiscutivelmente, “Turandot”.
Mas seria nos papéis que Wagner escreveu para soprano, que Jones atingiria o apogeu e a fama.
O “Anel” com Boulez é inesquecível, e felizmente existe editado para que todas as futuras gerações o possam ver.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Ramon Vinay


Ramon Vinay (1911-1996) foi um cantor chileno extraordinário.
Muitos associam desde logo o seu nome ao “Otello” de Verdi, tal a fama que a sua interpretação deste papel lhe granjeou. Justamente. Cantou-o pela primeira vez com Toscanini numa emissão radiofónica em 1947, récita que foi depois gravada e que ainda hoje é referência obrigatória para quem queira ouvir um excepcional “Otello”. Para muitos, o melhor de todos.
Barítono, mas também tenor, Ramon Vinay interpretou toda a panóplia de papéis conhecidos para estas duas vozes, e sempre com grande brilho.
Mas para sempre ficará como…”Otello”.

domingo, 1 de julho de 2007

Magda Olivero

O que melhor define e distingue este soprano é a sua “expressividade”.
Por vezes, para quem a escuta pela primeira vez, não é fácil gostar, exige um maior número de audições, e então consegue-se apreciar o talento, a riqueza da interpretação.
Para muitos foi a maior “Adriana Lecouvreur”.
Magda Olivero, que nasceu em 1910, estreou-se em 1932 numa emissão radiofónica em Turim, e daí para todos os principais palcos italianos durante uma década. Em 1941 casou-se e retirou-se.
Voltou mais tarde exactamente para cantar a “Adriana”, e só cantará no MET em 1975 na “Tosca”. Tinha 65 anos!
As suas últimas aparições em palco datam de 1981, com “La Voix Humaine” de Poulenc.
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