segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Boris



Para mim, o melhor “baixo” que alguma vez ouvi.
Era menino e já cantava no coro da Catedral de Sófia.
Formou-se em Direito e seguiu a magistratura, mas nunca abandonou o coro, em 1940 era solista, com 27 anos, e todos perceberam que estavam perante um cantor de excepção. Tanto assim, que o governo búlgaro atribuiu-lhe uma “bolsa” e Christoff partiu para Itália, em 1942, para se aperfeiçoar ainda mais.
Estreou-se em 1946, na “La Bohème” como Colline, e nos anos seguintes canta nos principais teatros italianos, (La Scala, Fenice, Ópera de Roma) e não só (Convent Garden, Liceo de Barcelona e…S.Carlos em Lisboa).
Em 1950 é convidado para cantar no MET de Nova York, mas não lhe é concedido visto de entrada nos Estados Unidos, por ser cidadão do bloco soviético.
Só conseguiu cantar neste país seis anos mais tarde, em S.Francisco. Recebeu depois muitos convites do MET, mas nunca aceitou.
Em 1967 foi-lhe permitida a entrada no seu país, pela primeira vez desde 1945, para assistir ao funeral da mãe.
Quando morreu, em Roma, o corpo foi trasladado para a Catedral de Sófia, onde cantara muitos anos, e aí teve funerais de Estado. Estávamos em 1993, Christoff morrera com 79 anos.
O seu “Boris Godunov” é de antologia, e se destaco esta ópera, é porque, de facto, não há nenhuma interpretação que se possa comparar.
Boris Christoff. O meu “baixo” de eleição.

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