
Eu sei que as televisões, públicas e privadas, vivem da publicidade, e que esta procura os programas de maior audiência, para aparecer em avalanches de patéticos anúncios.
Como estes programas são, quase sempre, para as grandes “massas”, pouco exigentes, temos diariamente, no horário nobre, novelescas e secas tramóias de alguidar, produções luso-brasileiras para contentar os dois lados do Atlântico e pouco mais.
E as minorias?
Os que, por exemplo, gostam de ópera?
Qual a resposta da televisão pública a estas questões?
Sabem há quanto tempo a televisão não transmite uma ópera?
Eu sei, mas deixo à vossa curiosidade. Verão que quando descobrirem, acharão impossível.
E digo ainda que essa última oportunidade que os senhores responsáveis nos deram de assistir em casa a um espectáculo lírico, começou, num dia de semana, à 1,20 da manhã, e teve a duração de 191 minutos, com um intervalo de 6 minutos. Ou seja, deitei-me perto das 5 da manhã…
E depois ficam espantadíssimos a olhar para o ridículo “share” que estas transmissões originam, e que servem de justificação para não voltar a repetir.
É uma vergonha!
Aqui ao lado, a televisão pública espanhola, cuja (falta de) qualidade é idêntica à nossa, teve a preocupação de criar um canal, estilo “RTP Memória”, onde passa concertos, ópera, bailado, antigos e recentes.
Isto já é serviço público.
Até que alguma alma caridosa se lembre deste e de outros exemplos, resta-nos comprar e ver os DVD que vão saindo.
Sina de português minoritário…