quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Curiosidades (9)


Durante anos, a direcção do MET sonhou repetir o êxito da dupla Caruso-Farrar com uma outra igualmente brilhante formada por Beniamino Gigli (1890 – 1957) e Maria Jeritza (1887 – 1982).
Só que…a antipatia que nutriam um pelo outro era conhecida.
E numa representação da “Fedora”, ao rejeitar a protagonista, Gigli empurrou-a tão violentamente que a Jeritza por pouco não caiu no fosso da orquestra. O soprano aleijou-se, mas continuou a cantar sentada no chão à ponta do palco.
Nos bastidores, após a récita, o tenor disse que tinha sido um acidente, mas Jeritza não se coibiu de gritar que ele a tinha tentado matar. E virando-se para o marido, pediu-lhe para defender a sua honra, desafiando Gigli para um duelo. Não houve duelo, porque não houve qualquer desafio para tal.
Mas Jeritza avisou o MET que não mais cantaria com Gigli, no que foi rapidamente contrariada, porque estava programada, de há muito, uma “Tosca” com ambos os cantores.
Que foi, claro, um grande sucesso.
O público e a crítica foram unânimes na apreciação da famosa dupla, mas todos repararam que Jeritza nunca veio ao palco agradecer os aplausos ao lado de Gigli.
Porque se recusou a tal.

4 comentários:

blogger disse...

a ser propositado o empurrão que beniamino deu, revela uma enorme falta de caracter, para não falar de cavalheirismo. Mas qual a razao por trás de tanta inimizade? algum passado amoroso mal resolvido?
Por falar neste tenor, há pouco tempo comprei um cd da Naxos com gravações dele e gostei imenso. foi uma óptima descoberta. Sei que participou tambem num filme italiano sobre a vida de Verdi "Vida Armonia" se a memória não me falha. Mas estou farto de procurar e não o encontro à venda em lado nenhum.

Hugo Santos disse...

Quando os Divos se confrontam entre si, os resultados costumam ser óptimos no palco.

blogger disse...

Hugo, tem conhecimento de duas divas que se odiavam cantarem na ópera Adriana Lecouvreur? creio que isso faria com que a cena em que as duas se confrontam se tornasse das coisas mais deliciantes de assistir e tornar a ópera bem mais interessante do que na realidade é.

Hugo Santos disse...

Caro blogger,

lembro-me de uma história ocorrida, salvo erro, nos EUA, há cerca de 10 ou 20 anos, durante uma récita da Aida em que as intérpretes da princesa etíope e Amneris não se suportavam. Durante o confronto no segundo acto, as duas fizeram os possíveis para ajustar contas, começando por se servir da situação dramática e acabando por se insultar mutuamente de cada vez que a respectiva rival intervinha sozinha. Ambas foram despedidas.

Locations of visitors to this page