sábado, 21 de fevereiro de 2009

"Tesouros" da RDP


Em 2000, sem que existisse nada para comemorar, a RDP fez uma edição especial limitada da “Traviata” de 1958, com Callas em S.Carlos.
Dois cd de excepção, bem melhores que os da versão “oficial” que a EMI comercializou, só possíveis através da digitalização que aquela estação emissora empreendeu nos seus arquivos, a partir de 1994.
Sou um dos felizes “contemplados” com esta edição histórica e, confesso, fiquei à espera do que viria a seguir. Mas nada mais apareceu.
Ora nem é preciso estar muito atento à arte lírica em Portugal, para saber que por S.Carlos passou, a partir dos anos 40 até 80, a fina-flor da Ópera, não sendo necessário citar nomes por a lista ser demasiado extensa.
Essas récitas absolutamente fabulosas eram integralmente transmitidas pela então “Emissora”, e creio que registadas em gravações áudio. Todas ou quase.
Donde, ser calculável o valor do arquivo da RDP, nomeadamente nesta área.
E a pergunta surge, inevitável: porque esperam?
Tenho a certeza absoluta de que seria um óptimo investimento, e que as edições esgotariam rapidamente.

5 comentários:

Paulo disse...

Também não entendi por que razão a edição da Traviata teve de ser limitada.

Perfeitamente de acordo quanto ao espólio que podemos imaginar riquíssimo.

Hugo Santos disse...

O José parece que leu a minha mente. Recentemente, enviei uma mensagem ao Provedor do Ouvinte Adelino Gomes relativamente à ausência de transmissões de récitas históricas do São Carlos. O material sonoro que possuo é escasso e maioritariamente originário de fontes que não a rádio pública.
Por outro lado, se o José se recordar, a comercialização de concertos do arquivo histórico é, da mesma forma, extremamente intermitente, para não dizer inexistente. Relembro, há alguns anos, uma edição dedicada a Pedro de Freitas Branco com obras de Ravel e a participação de Victoria de los Angeles.

Carlos Faria disse...

é verdade, porque esperam? até eu gostaria de ter um cheirinho desse glorioso passado do são carlos que antecedeu a este cinzento presente...

Anónimo disse...

Não propriamente como apreciador, a minha ligação ao mundo da ópera prende-se mais com razões familiares e afectivas: Não me lembro mas devo ter começado a juntar letras e a decorar a tabuada ao som de árias, coros, marchas e encores!

Por isso este seu post tem particular relevância para mim, mais do que imagina, acredite...

A propósito, a minha gravação "histórica" (além de outra) da Traviata, é a da EMI de que fala, mas a que foi editada em vinil em 1980, não consigo me lembrar de quando foi a última vez que a ouvi...

António C.

Pedrita disse...

sempre maravilhosa. beijos, pedrita

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