quarta-feira, 14 de março de 2007

Nicolai Ghiaurov


Na tradição búlgara de excelentes (talvez os melhores) baixos, Ghiaurov ocupa, por mérito próprio, lugar de destaque.
Um dia, perguntaram a Joan Sutherland, “La Stupenda”, qual a melhor voz que alguma vez tinha ouvido, e a diva, que habitualmente não responde a esse tipo de perguntas, afirmou peremptória: “Ghiaurov nos primeiros anos de carreira”.
A sua preparação musical foi feita no Conservatório de Moscovo, de 1950 a 55, ano em que se estreia, como D.Basilio no “Barbeiro de Sevilha”, em Sófia. E o La Scala recebe-o em 1960 para um “Boris Godunov” memorável, ao que rezam as críticas de então.
Baixo “profundo”, apareceu pela última vez fazendo o Sparafucile, do “Rigoletto”.
Foi casado durante muitos anos com a grande Mirella Freni, com quem fez inúmeras óperas e recitais.
Morreu em 2004.
E não se “vê” o seu sucessor…

8 comentários:

Vladimir disse...

O que é para si o destino?

José Quintela Soares disse...

Já que estamos num blogue de ópera...seria "A Força do...".
Esquecendo esse pormenor, diria que o destino...é uma entidade abstracta, muito cantada pelo fado (para muitos sinónimo de destino). Fernando Pessoa escreveu que o destino é "superior à justiça e à bondade, e alheio ao bem e ao mal".
Respeitosamente, concordo.
E se me é lícito perguntar, a sua pergunta foi inspirada por Ghiaurov?
Obrigado por ter aparecido (espero que não desista) nesta humilde casa.

Anónimo disse...

O Destino ou o destino ?
Um lisboeta

teresamaremar disse...

Destino... curiosa esta questão, aqui neste lugar, mas porque não, se as pontes existem e se fazem?

Estaremos para algo predestinados? Um rumo escrito nas linhas da mão? Força divina ou entidade superior que nos rege e determina?
Ainda assim, até onde e quando o alteramos nós?

Ainda que haja "D"estino, eu acredito que nós fazemos, e muito, o nosso próprio "d"estino.

Anónimo disse...

De acordo.
O Destino é exterior e vale para quem acreditar nele. Eu acredito na perspectiva grega, na "moira". Aprendi através da vida a recear os ciúmes dos "deuses" e daí a refrear a felicidade excessiva.
O destino somos nós que o construímos em parte, naquela que tem que ver com a nossa maneira de nos relacionarmos com o mundo que nos rodeia.
Um lisboeta

teresamaremar disse...

Agora não entendi...

se acredita na tragédia grega, nos valores tradicionais (moira vidé destino), ou seja no trágico, em que a morte é castigo

[achei engraçado esse não querer desafiar os deuses]

como faz isso conviver com o destino pelo indivíduo decidido, pelo indivíduo construído, em que a morte se não é recompensa é uma evidência?

Anónimo disse...

A morte é castigo porque sóa ssim se pode aplacar as Fúrias. Mas i indivíduo pode construir o seu futuro, mas há limites na felicidade. Olhe o Kennedy: o mais poderoso, a mais linda mulher, ele também lindo, adorado por todos,..., enfim quebrou as barreiras. Os deuses ciumaram e foi assassinado. Tenho uma grande amiga, bonita, elegantíssima, dá no bom sentido nas vistas, rica, com casas maravilhosas, marido a condizer (bonito, rico e impecável), mas não pode terfilhos. Eu expliquei-lhe que tudo era demais e que aceitasse isso para que não provocasse o ciúme dos deuses.
Um lisboeta, mas expatriado.

Anónimo disse...

Realmente Ghiaurov è fantástico!..talvez ao lado de Cesare Siepi sejam os dois baixos que mais admiro. Tenho gravações de Ghiaurov em Fausto de Gounod e Il Barbieri: sao perfeitas!

abracos a todos do blog,

Daniel (baixo)

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