quarta-feira, 21 de março de 2007

Mado Robin



Há muitos anos, num intervalo de uma “Lucia” no Coliseu, perguntaram-me se conhecia Mado Robin.
A resposta foi dada pela minha expressão de desconhecimento total.
Dias depois tinha nas minhas mãos uma cassete, que quis ouvir com urgência.
E fiquei abismado!
Que voz!
Mado Robin (1918 – 1960), foi um soprano “ultra leggero”, descoberta para a Ópera pelo barítono Tita Ruffo, de uma nitidez absolutamente extraordinária, que obteve com “Lakmé”, mas também com a “Lucia”, os seus maiores sucessos.
Sabem o que é uma “contre-contre-rè”? É a nota mais aguda a que uma cantora pode chegar…Mado Robin chegou.
Não há, infelizmente, em Portugal, quase nenhuma gravação com a grande cantora, mas a “santa” Internet permite colmatar esta lusa deficiência.
Recomendo a “Lakmé” de 1952, mas qualquer outra gravação que consigam, vale a pena!

4 comentários:

Anónimo disse...

Tenho um cd de árias pela Mado Robin. A voz é tão aguda que certas notas finais são difíceis de gravar com uma qualidade limpa de som. Limitações técnicas da época. Eu pessoalmente não aprecio esta voz que quase não parece humana. Dela existe material fílmico, que já vi, onde ela é exibida como uma "raridade exótica".
O José Q. Soares já ouviu a Yma Sumac ?

Raul Andrade Pissarra

Anónimo disse...

Caro Raul Pissarra

Também tenho esse cd, e concordo consigo, não é o tipo de voz que mais me fascina...mas é extraordinário.
Yma Sumac não conheço, de facto. Mas vou "investigar"...
Obrigado

MCA disse...

Já conhecia Yma Sumak, uma voz que nada tem de humano. Tanto quanto julgo saber, nunca teve carreira lírica. Quanto a Mado Robin, nunca tinha ouvido falar. Estive a ouvi-la no Youtube. Acho que tem mais um valor circense que musical. Extraordinária, não lhe retiro o valor, mas não aprecio o timbre.

Anónimo disse...

Yma Sumac que já deve ter ultrapassado os setenta era uma princesa inca que uma vez desceu dos Andes e que perante o espanto de todos tinha uma voz única, pois possuía quatro escalas, indo do baixo até à voz tipo Mado Robin. Nunca cantou ópera centrando a sua carreira em canções indígines, onde emitia notas inumanas e no mambo. Era um fenómeno. No início dos anos sessenta esteve no Monumental, mas eu ainda não tinha idade para a ver. Fez muito carreira em Hollywood e fez vários filmes. Eu vi-a no Segredo dos Incas, aquele filme de aventuras que não vale nada, mas que um rapazinho gosta.
Raul Andrade Pissarra

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