domingo, 4 de março de 2007

Anna Moffo



O soprano Anna Moffo, falecida o ano passado com 74 anos, aliava a uma voz excepcional uma beleza física impressionante. De tal maneira, que Hollywood lhe abriu as portas para uma carreira cinematográfica, mas ela recusou, pasme-se, porque queria ser freira! O seu destino não seria esse, dado que, beneficiando de uma bolsa, foi estudar música em Filadélfia. Aluna exemplar, conquista aí outra bolsa para, em Itália, frequentar o Conservatório de Santa Cecilia, em Roma. Estreia-se no Scala, no Festival de Salzburgo e na Ópera de Viena em 1956 no “Falstaff”. Em Viena o maestro era Karajan.
De entre as suas inúmeras interpretações nos anos 60, destaque para a “Gilda” do Rigoletto, “Manon” na ópera de Massenet, “Margarida” no Fausto, e ainda a “Micaela” na Carmen. E talvez acima de todas estas, na minha opinião, a sua “Amina” na Sonâmbula.
Recomendo vivamente um DVD editado há poucos anos nos EUA, uma “Traviata” em que Moffo é acompanhada por Bonisolli e Gino Bechi, uma rara oportunidade não só de ver a grande cantora, mas também o enorme barítono.
Moffo dividiu a sua carreira entre Itália e os Estados Unidos, sendo em ambos os países uma personalidade “de culto” no mundo da ópera.
A razão que justifica esta fama…não se sabe bem. Se pela voz, se pela beleza física.
Mas como este é um blogue dedicado à Ópera, quero crer que…por ambas.

2 comentários:

Anónimo disse...

Foi uma grande Traviata, Liu e Butterfly e para a ópera italiana era, nos anos cinquenta, a cantora mais famosa depois da Callas e da Tebaldi. Terá sido o ter aliado uma boa voz a uma beleza física ? Talvez.
Era uma protegida do casal Schwarzkopf/Walter Legge e, por isso, fez várias gravações na EMI.
É curioso que eu julgava que o cinema apareceu por causa da ópera. Eu vi-a num filme passado no tempo de Napoleão (Austerlitz?) e também a tenho num video do Falstaff com vinte e poucos anos e em outras sequências fílmicas e sempre fiquei com a ideia que ela era uma "brasa" nas fotografias, como nesta que pôs como poster, e simplesmente bonita nos videos. Estranho ! Era muito alta para o meu gosto:1,80.
Raul Andrade Pissarra

Anónimo disse...

Na verdade, a possibilidade de fazer cinema surge antes da ópera.
E já com a carreira bem cimentada, Anna Moffo deixou-se "enlevar" pelo poder dos dólares, e embarcou numa aventura "soft" erótica, que em nada a prestigiou.
Não tenho esse filme, mas existe, e foi filmado nos anos 70.

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