quinta-feira, 14 de julho de 2016

Tenor, e não barítono.

Não é o primeiro, nem será, seguramente, o último.
Cantores que não sabem retirar-se dos palcos na altura certa.
Como aqueles futebolistas que, sem força nas pernas, insistem em arrastar-se pelos relvados, deixando a imagem de fracos jogadores, quando, na verdade, o não foram.
Placido Domingo tem 75 anos.
Atrás de si, uma fabulosa carreira de um extraordinário tenor, dos melhores de sempre, somando êxitos inesquecíveis, guardados para a posteridade em gravações de excepção.
Pelo meio, uma tentativa frustrada de maestro mediano, rapidamente esquecida para sua e nossa felicidade.
Quando percebeu que a voz de tenor desaparecera, Domingo não soube reagir.
Não soube estar à altura do seu passado, da sua glória.
E ei-lo, para tristeza de muitos, a interpretar papéis de barítono, campo onde facilmente se nota que não está confortável, mas insistindo...insistindo...
Triste fim.

4 comentários:

bbarahona disse...

Que bom ver este blog novamente renascido! Sim, Placido Domingo arrasta-se ultimamente pelos palcos, as notas estão todas lá, mas a cor da sua voz não é a dum barítono! Mas a culpa também é dos teatros que ainda o contratam, pois proximamente irá cantar no Festival de Salzburgo e na próxima temporada julgo que até no Met.

José Quintela Soares disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Os teatros sabem, à partida, que o seu nome é garantia de receita...mas não deixa de ser triste ver um grande tenor a querer ser o que não pode ser.

J. O. Guimarães disse...

Felicito-o por vê-lo de volta. Este é um terreno que poucos podem operar com maestria.
Jessé (Brasileiro e seu admirador)

José Quintela Soares disse...

Obrigado, J.O. Guimarães.

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