sábado, 3 de março de 2012

Cá se fazem, cá se pagam...

http://concerts.broadwayworld.com/article/Angela-Gheorghiu-to-Perform-with-Washington-National-Opera-33-20120302


Retirada (ou afastada...) dos grandes papéis nos grandes palcos, Gheorghiu quase está limitada a recitais.
Muitos cancelamentos e desistências levaram os empresários à loucura.
Por vezes, o vedetismo em excesso prejudica gravemente uma carreira de sucesso, que a voz de Gheorghiu plenamente justificava.

Tenho pena.

5 comentários:

Dionísio disse...

Numa coisa estou de acordo com a Angela. De acordo com as produções modernas que desvirtuam e que se afastam do enredo. Não digo que não existam novas produções e com alguma "atualidade", mas fazerem Don Giovannis tirados de um filme de David Fischer ou fazerem dos mestres cantores uns artistas de graffiti é simplesmente abominável. Que se criem novas óperas para essa modernidade. Caso contrário, as óperas antiga não só são vilipendiadas como acabam por castrar as novas.

bbarahona disse...

Resta saber se esta fase de recitais e concertos é de facto a predominante na actual agenda da cantora.
Mas de facto um comportamento difícil e uma atitude de Diva não facilita a programação das temporadas dos teatros nem lhes dá segurança.
Há umas décadas também Kathleen Battle teve atitudes semelhantes e acabou por ser afastada, o que ela depois lamentou. Comentava-se nos meios operáticos a propósito desta cantora que quando uma limusine a teria ido buscar (ao hotel ou aeroporto, não recordo)para a levar ao teatro e estando o ar condicionado ligado devido ao calor, Battle em vez de pedir ao motorista que o desligasse, teria telefonado ao seu agente para que este telefonasse ao teatro para que este telefonasse ao motorista para que a ventilação fosse desligada, alegando não só que isto lhe poderia ser prejudicial à voz (o que ainda se aceita), como ameaçando uma eventual quebra contratual (o que já me parece pouco atendível e só serve para gerar mau ambiente).
Há algumas décadas estava eu num restaurante do Chiado a cear após uma récita da Gioconda e observei uma cena semelhante, mas resolvida com civismo: tendo chegado a soprano búlgara Galina Savova para jantar, foi-lhe indicada uma mesa, que ela disse poder aceitar, mas só se a ventilação fosse desligada. O dr. Serra Formigal que na altura a acompanhava pediu em nome da cantora se tal seria possível e não tendo os restantes clientes objectado, a ventilação foi desligada, após o que a cantora foi a cada mesa e disse: Grazie!
Bernardo

José Quintela Soares disse...

Mas não me parece, caro Dionísio, que seja esse o principal motivo do afastamento.

Vedetismo em excesso, isso sim.

José Quintela Soares disse...

Obrigado, bbarahona, pela história que conta.

Hugo Santos disse...

De facto, um relato delicioso, o relativo a Galina Savova.

Kathleen Battle terá sido, liminarmente, dispensada pela administração do MET aquando da estreia de uma nova produção de La Fille du Régiment (1993), em virtude da insistente manifestação de um comportamento considerado, absolutamente, inaceitável.

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