O “Don Carlo” é uma ópera exigente.
Não só por ser a mais extensa de Verdi, mas também por necessitar de grande quantidade de bons cantores para os principais papéis.
Ontem, na Gulbenkian, em transmissão directa da MET, uma boa récita.
Baixos muito bons. Quer Furlanetto (Filipe II) quer Eric Halfvarson (Grande Inquisidor) estiveram a grande altura. Um mezzo de excepcional qualidade, Anna Smirnova, numa “Eboli” que arrebatou a assistência. E um “Rodrigo” cantado por Simon Keenlyside que “encheu” o écran.
Para mim, ele foi a “estrela” da noite. Voz poderosa aliada a uma extraordinária representação cénica.
E perguntarão: então e o “Don Carlo” e a “Elisabeth”?
Pois…
Roberto Alagna é um bom tenor. Ninguém duvida. Mas os seus dotes de actor deixam muito a desejar…Sendo mais concreto: é um “canastrão”. E bem o demonstrou neste papel. Gestos demasiado encenados, pouco ou nada naturais.
Marina Poplavskaya será, um dia, uma grande “Elisabeth”. Por agora, falta-lhe a maturidade que gosto de sentir , e que ela não pode, de modo algum, emprestar ao papel. Canta bem…tem boa presença….mas falta ali qualquer coisa que só o tempo poderá trazer.
Muito bem Yannick Nézet-Séguin à frente da Orquestra do MET.
Uma encenação eficaz de Nicholas Hytner.
domingo, 12 de dezembro de 2010
"Don Carlo" MET
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1 comentário:
Não vi, privilégio seu, mas D Carlo é a minha ópera predilecta de Verdi e compreendo bem as dificuldades.
Gostei dessa de chamar canastrão a Alagna.
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