sexta-feira, 23 de abril de 2010

Carreira fugaz


Como se pode ler neste cartaz, a empresa decidiu repetir a récita de “Rigoletto” por ter esgotado completamente a lotação da representação anterior, a que certamente não terá sido alheia a presença de Emília Rodrigues (1894-1979), no papel de “Gilda”.
Este soprano estreou-se no Teatro Carlos Alberto, no Porto, em 1912, cantando duas árias de “A Sonâmbula” e “Lucia de Lammermoor”, mas só em 1914 iniciaria a sua carreira na ópera, no Coliseu de Lisboa, na mesma ópera de Bellini.
A I Grande Guerra impediu-a de ir para Itália estudar, razão pela qual continuou em espectáculos líricos no nosso país, nomeadamente no “Rigoletto”.
Diz Mário Moreau:
“Em poucos meses de carreira operática, Emília Rodrigues conseguira já alcandorar-se a um lugar de primeiro plano na arte lírica portuguesa, mercê não só duma voz bela e primorosamente trabalhada…como também graças às suas notáveis aptidões cénicas”.
Em 1917 foi contratada para cantar no Rio de Janeiro, e essa viagem foi decisiva na sua carreira. Aí casa, e por razões familiares termina a sua breve passagem pelos palcos.
Viveu em São Paulo até à morte.


(Fonte de texto: Mário Moreau, “Cantores de Ópera Portugueses”, Segundo Volume.
Fotografia publicada na colecção “Inesquecíveis”)

1 comentário:

Anónimo disse...

Quem haveria de dizer que a minha Tia Avó tinha tido uma carreira tão promissora!
Helena Proença

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