quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Génese de Grandes Óperas (3)

O director do Teatro Cannobiana, em Roma, estava extremamente preocupado. Faltavam duas semanas para o início dos ensaios de uma nova ópera, e o compositor a quem esta tinha sido encomendada avisara que não poderia cumprir o prazo.
Pelo que ouvira falar, só uma pessoa lhe poderia valer: Gaetano Donizetti (foto de baixo).
Escrevera a sua primeira ópera com 19 anos e comporia a última com 47. E nesse período de 28 anos, escreveu 75 óperas completas e 650 composições musicais…
A tal ponto que quando soube que Rossini escrevera o “Barbeiro de Sevilha” em treze dias, afirmou: “Rossini sempre foi muito preguiçoso”.
Assim, quando o director do Cannobiana lhe fez o pedido, a resposta foi clara:
“Tem a minha palavra que daqui a duas semanas tem uma ópera nova pronta para estrear. Mas para isso, peça a Felice Romani (foto de cima) para vir falar comigo”.
Romani era o “libretista” com que Donizetti gostava de trabalhar. E Donizetti pediu-lhe que escrevesse uma história numa semana…porque uma outra lhe bastaria para a música.
Romani não perdeu mais tempo. Construiu a história a partir de “Le Philtre”, de Augustin-Eugène Scribe. E chamou-lhe “O Elixir de Amor”.
A ópera estreou na data combinada, e constituiu um tremendo sucesso. Que perdura até hoje.
Nem sempre se dá a Donizetti a verdadeira importância que ele tem, mas a influência que teve, por exemplo, no génio de Verdi, foi enorme. Basta recordar que quando Verdi chega à ópera, Bellini já morrera, Rossini deixara de compor, e era Donizetti quem dominava a ópera italiana.
Sabe-se que “O Elixir de Amor” era uma das óperas preferidas de Verdi.



3 comentários:

Hugo Santos disse...

Donizetti é certamente um dos Grandes, marcando de forma indelével a História da Música.

Carlos Faria disse...

O elixir do amor, não só é uma belíssima ópera em termos de música e libreto, como é uma das obras que recomendo àqueles que dizem que gostariam de conhecer uma ópera boa e fácil para começarem a explorar o mundo operático.

Anónimo disse...

É realmente extraordinário como é possível "construir" uma obra-prima como o Elixir de Amor em apenas duas semanas. Não fazia ideia que tinha sido este o caso neste ópera.

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