Lina Cavalieri (1874 –
1944)
Começou como cantora de café-concerto, tornando-se muito conhecida não apenas
pelo seu talento, mas também, ou principalmente, pelos dotes físicos.
Caprichosa e inteligente, juntou uma enorme fortuna, fruto de relações com
homens poderosos e ricos, chegando a assinar um contracto com um deles, da família
Astor, que lhe rendeu todos os seus bens em troca de uma semana de casamento
legal. E assim foi…
A sua estreia em palcos de ópera sucede em Lisboa, na temporada de 1899-1900,
cantando a “Nedda” dos “Palhaços”.
No excelente livro “O Teatro de S.Carlos – Dois Séculos de História” de Mário
Moreau, podemos ler:
“Lina Cavalieri era uma mulher de beleza deslumbrante, mas, no que respeita a
dotes vocais, parece que o deslumbramento causado já não era precisamente o
mesmo. Em todo o caso, na referida noite ainda foi aplaudida, embora tivesse
ouvido manifestações de desagrado, incluindo risos e gritos de troça. No dia
seguinte, porém, as coisas pioraram muito. O público, continuando a manifestar
a sua agressividade, vaiou a cantora, cuja actuação não foi satisfatória nem
poderia ter sido, depois da hostilidade da véspera. Indignada e
psicologicamente incapaz de prosseguir a representação, Lina Cavalieri
retirou-se da cena no meio de uma algazarra infernal que se prolongou por
alguns minutos, ao cabo dos quais o espectáculo pôde prosseguir, agorqa com a
cantora Amalia De Roma”.
Interpretou a “Manon Lescaut” no primeiro filme mudo sobre uma ópera. Não se
ouvia a sua voz, mas via-se a mulher, o que foi suficiente para as salas esgotarem
com facilidade.
Cavalieri, que foi considerada, à época, “a mulher mais bela
do mundo”, morreu na sua casa em Florença, em 1944, aquando de um
bombardeamento.
Pois, uma beldade que se tivesse vivido na época da tecnologias de ponta para gravar a imagem e o corpo talvez não caísse facilmente em esquecimento
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