quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Ontem ouvi (13)


Há muito que não ouvia esta ópera de Gounod.
Escolhi esta versão, com Corelli, Sutherland e Ghiaurov, que me parece a mais equilibrada. Há outras. Relembro Gedda e De Stefano no papel principal, Victoria De Los Angeles e Caballé em excelentes “Margaridas” e Boris Christoff ou Tajo no “Mefistófeles”. Todos memoráveis.
Mas esta gravação de 1966…é impecável.
Como quase sempre aconteceu com Joan Sutherland, é Richard Bonynge quem rege a Sinfónica de Londres, e bem.
Gostaria de destacar Nicolai Ghiaurov. Simplesmente brilhante, seguro, no apogeu das potencialidades da sua bela voz. A propósito disso, há pouco tempo perguntaram a Sutherland qual a voz que mais admirara ao longo da sua carreira, e a resposta foi clara: “Ghiaurov nos seus melhores tempos”.
Ouçam este “Fausto”.
Vale a pena.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Relíquia


Durante 82 minutos, saboreamos as vozes de Christa Ludwig (n.1928), Gundula Janowitz (n.1937), Irmgard Seefried (1919-1988), Galina Vishnevskaya (n.1926), Gré Brouwenstijn (1915-1999) e Rita Streich (1920-1987).
Gravações a preto e branco, realizadas entre 1962 e 1972.
Brahms, Mahler, Beethoven, Tchaikovsky, Wagner, Schumann, Richard Strauss, Mozart….estão todos lá.
Edição da BBC, na sua fabulosa colecção “classic archive”.
Pequeno reparo: O som na parte de Janowitz está muito baixo, mas esquece-se facilmente no contexto global deste dvd, indispensável.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

"Vozes Líricas do Séc.XX"




Coralista do S.Carlos, Osvaldo Macedo de Sousa escolheu 120 nomes de grandes vozes do século passado, e pediu a diversos caricaturistas portugueses que os retratassem.
O resultado é simplesmente espantoso, e pode apreciar-se na Galeria de Exposições do Museu do Teatro.
Interroguei-me sobre a razão pela qual uma exposição desta índole não estaria no próprio Teatro lírico. A resposta vem no catálogo da exposição, dada pelo próprio autor da iniciativa:
“Não consideraram o projecto interessante”.
Visitem a exposição. Chega a ser comovente, olhar para talentosas caricaturas dos grandes nomes, aqueles que temos nas nossas discotecas, e constatar que não somos só nós que os não esquecemos.
S.Carlos achou que não valia a pena….
Pobre S.Carlos!

Parabéns, Osvaldo Macedo de Sousa!

(Agradeço-lhe a autorização para citar estes dados)


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Curiosidades (9)


Durante anos, a direcção do MET sonhou repetir o êxito da dupla Caruso-Farrar com uma outra igualmente brilhante formada por Beniamino Gigli (1890 – 1957) e Maria Jeritza (1887 – 1982).
Só que…a antipatia que nutriam um pelo outro era conhecida.
E numa representação da “Fedora”, ao rejeitar a protagonista, Gigli empurrou-a tão violentamente que a Jeritza por pouco não caiu no fosso da orquestra. O soprano aleijou-se, mas continuou a cantar sentada no chão à ponta do palco.
Nos bastidores, após a récita, o tenor disse que tinha sido um acidente, mas Jeritza não se coibiu de gritar que ele a tinha tentado matar. E virando-se para o marido, pediu-lhe para defender a sua honra, desafiando Gigli para um duelo. Não houve duelo, porque não houve qualquer desafio para tal.
Mas Jeritza avisou o MET que não mais cantaria com Gigli, no que foi rapidamente contrariada, porque estava programada, de há muito, uma “Tosca” com ambos os cantores.
Que foi, claro, um grande sucesso.
O público e a crítica foram unânimes na apreciação da famosa dupla, mas todos repararam que Jeritza nunca veio ao palco agradecer os aplausos ao lado de Gigli.
Porque se recusou a tal.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Ontem ouvi (12)

Estreada em Weimar em 1850.
Pode não ser a melhor gravação que existe (há quem considere uma de 1964 com Elisabeth Grummer, Christa Ludwig e Jess Thomas), mas é excepcional.
Gundula Janowitz é uma “Elsa” fabulosa, Gwyneth Jones uma “Ortrud” fantástica, e claro, James King no “Lohengrin”, está ao nível das suas acompanhantes.
Note-se que a gravação é de 1971, isto é, todos estes cantores estavam plenos de força e no apogeu das suas carreiras.
Kubelik dirige como poucos, perfeitamente à vontade numa ópera que conhecia em profundidade, e que, como sabemos, é difícil de reger, dado que a sua estrutura é algo difusa.
Recomendo.

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