quarta-feira, 29 de abril de 2009

Messiaen na Gulbenkian

Lê-se no Programa da “Integral dos ciclos para canto e piano” de Olivier Messiaen, por ocasião do centenário do seu nascimento, espectáculo a que assisti na Gulbenkian, na segunda-feira:

“Este recital terá dois intervalos de 20 minutos e a duração total de 3 horas e 20 minutos”.

Nem os intervalos tiveram os minutos indicados, nem a duração do espectáculo foi aquela. Começou às 19 horas e terminou cerca das 21.30.

Adiante…

Três sopranos acompanharam o brilhante pianista Eric Schneider.
E se a prestação deste foi absolutamente notável, o mesmo não diria de Cláudia Barainsky, que ocupou a primeira parte. Sem chama, sem alma, apenas cumprindo programa. Fatal em Messiaen.
No primeiro intervalo as pessoas entreolhavam-se. Algumas saíram. E fizeram mal.
Porque Ruth Ziesak (na foto) arrebatou a assistência com uma entrega total ao canto. Aos frios aplausos para Barainsky, seguiram-se palmas calorosas e intermináveis para Ziesak, que bem as mereceu.
E Christiane Oelze, que já em anos anteriores se mostrara naquele mesmo palco como uma enorme cantora, fechou em beleza.
Messiaen não é um compositor popular. Não é fácil, nem por vezes agradável ao ouvido, e por isso mesmo exige cantoras que, para além da capacidade vocal, sintam o que cantam, e extravasem tudo o que lhes vai no pensamento.

Ziesak merece nota máxima.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Fórum Europeu da Ópera

Realizou-se há poucos dias no Liceo de Barcelona o “Fórum Europeu da Ópera”, sem que qualquer eco tivesse chegado a Portugal, pelo menos à Imprensa do país, o que não se estranha… A verdade é que na cidade catalã estiveram mais de meia centena de reputados directores, para debater o espectáculo e o que se adivinha nos tempos que aí vêm.
“A Ópera é, hoje, mais popular que nunca”, afirmou Brian McMaster, antigo director do Festival de Edimburgo, regozijando-se pelo facto de a Ópera ter deixado de ser um espectáculo elitista, ou como tal considerado.
Tony Hall, da Royal Opera House, considerou que agora o público pode assistir a óperas sem ir ao teatro, e já não apenas com as gravações áudio e vídeo que tiver em casa. A passagem da lírica para os ecrans dos teatros, em transmissões directas, aumentou drasticamente o número de espectadores, e consequentemente, o potencial de desenvolvimento da Ópera. Por outro lado, a Internet funcionou como autêntica explosão, neste movimento já por si fantástico.
Mas Mortier, futuro director do Teatro Real de Madrid, alerta para a necessidade de levar o público aos teatros de ópera, porque “a relação entre os cantores e o público é insubstituível. A tecnologia é importante, mas não devemos esquecer de que é um meio, não um fim em si mesmo”.
E Joan Matabosch, director do Liceo, defende que “a tendência actual é renovar os repertórios, que as grandes óperas do século XX façam parte deles, e que a novidade seja a nova ópera, de novos compositores”.
Debate aceso e interessante.
Polémico, com muitos pontos a dividir os oradores.
Discussão que não chegou a Portugal.

Fonte: “El País”

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Coros de Ópera (6)


“Gira la Cote!”
“Turandot”
Puccini

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Canal "Brava"

Rodeado de enorme expectativa por inúmeros melómanos, apareceu há poucos dias o canal de televisão “Brava”, num dos operadores.
Em “Alta Definição”, promete ópera, bailado e concertos, uma autêntica dádiva “dos céus” a quem se limita a ver o “Mezzo” e o “Arte”, se pretender vislumbrar algum espectáculo deste tipo.
Só que…pelo menos até agora, o “Brava”, que felizmente e por enquanto não tem publicidade, repete à exaustão os programas, várias vezes ao dia. Isto é, vê-se uma vez…e até amanhã. Para além disso, todas as óperas transmitidas já passaram no “Mezzo”, e há pouco tempo.
Julgo que irão melhorar, diversificar a oferta, porque o que até aqui têm dado…é pouco.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Delírios...

Ainda a “Salome” de S.Carlos….

Um parque infantil…com baloiços e “escorrega”…
Salome de tranças e soquetes…
Os guardas de metralhadora….
Os sete véus inexistentes….

Foi justa a “pateada” final.
Para a encenadora.
Que ninguém se atreveu a chamar ao palco….
Chama-se Karoline Gruber.
Por mim, mero espectador, espero não ter de ver mais nenhuma das suas "invenções".

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Teatro Real


Não, não é inveja.
Diria tratar-se apenas de…constatação.
Olhando para a temporada 2009-2010 do Teatro Real de Madrid, fiquei a saber que os nossos amigos espanhóis terão para escolher:
Lulu, L’Italiana in Algeri, Jenufa, Navio Fantasma, Andrea Chenier, Salomé, Il Viaggio a Reims, I Puritani, L’Incoronazione di Poppea, Norma, Die Tote Stadt e Simão Bocanegra.
Convenhamos que é um extraordinário cartaz.
E entre muitos outros, poderão apreciar Kasarova, Pertusi, Roocroft, Elisabete Matos (será a “Senta” do Navio Fantasma), Marcelo Alvarez, Cedolins, Dessi, Stemme, Florez, De Niese, Urmana, Naglestad, Gheorghiu e Plácido Domingo, que fará o papel de “Simão Bocanegra”.
Ou seja, elencos de “primeira água”.
Para além disto, no Ciclo de Recitais “Grandes Vozes”, lá estarão Fleming, Bartoli, Damrau, Gruberova e Ciofi.

Não, não é inveja.
Porque, pensando bem, Madrid está aqui tão perto….
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