sexta-feira, 27 de março de 2009
A nova geração
Parecia que se caíra no vazio.
As nossas discotecas estavam repletas das grandes gravações de todos eles, bem juntas às de épocas anteriores, de Callas, Tebaldi, Gobbi, Bjorling, Nilsson, enfim, os “clássicos”. Tínhamos os discos, é certo, mas pairava no ar a sensação de que após este conjunto de “estrelas”, atravessaríamos o deserto…
Ora, olhando hoje em dia para a lírica mundial, ficamos mais descansados.
E mesmo que não haja outra Callas…outro Gobbi….há cantores de nível extraordinário, indiscutivelmente, que enriquecem o espólio de qualquer melómano, em termos áudio e vídeo.
Anna Netrebko, Villazon, Gheorghiu, Jonas Kaufmann (foto), Garanca, Pape, Stemme e Joyce DiDonato(foto) são apenas aqueles de que me recordo imediatamente. Mas há mais.
Grandes vozes.
Que asseguram o futuro.
domingo, 22 de março de 2009
Cristina de Castro
Com pouco mais de 20 anos, Cristina de Castro estuda canto com Elena Pellegrini.
Estreou-se no S.Carlos em 1955, num dos “pagens” de “Tannhauser”, e no Coliseu dos Recreios canta pela primeira vez em Novembro desse ano, na ópera “Um Sonho de D. João V”, da autoria do Conde da Esperança.
Presença constante nestes dois palcos, sobre ela escreveu Joly Braga Santos:
“Não só a sua voz é linda e exemplarmente colocada, como revelou um talento histriónico excepcional”.
Em 1958 integra o elenco da célebre “Traviata”, com Maria Callas e Alfredo Kraus, fazendo o papel de “Annina”. (Na foto, Cristina de Castro com Callas)
Em 1960 participa num concurso internacional de canto, em Liverpool, classificando-se como a melhor cantora estrangeira.
Três anos depois inicia a sua colaboração na Companhia Portuguesa de Ópera, do Trindade, cantando a “Rosina” do “Barbeiro de Sevilha”.
A sua carreira prossegue até princípio dos anos 70, altura em que se torna professora do Conservatório Nacional.
Quem se recorda das temporadas de S.Carlos e do Trindade nos anos 50 e 60, certamente não esquece Cristina de Castro.
(Fonte: Mário Moreau, "Cantores de Ópera Portugueses", Vol.3)
quarta-feira, 18 de março de 2009
sábado, 14 de março de 2009
Dora Rodrigues
Dora Rodrigues é já um nome na Ópera portuguesa.
Jovem ainda, impõe-se pela qualidade da voz, pela entrega aos papéis que lhe confiam, e que, apesar de terem sido, até agora, pequenos, mostram o potencial da cantora.
Estreou-se na “Carmen”, no papel de “Frasquita”, no Círculo Portuense de Ópera, em 1998, e já cantou em S. Carlos.
Mas merece mais e melhor.
Quem teve oportunidade de assistir ao “Opera Premium” que a RTP transmitiu no último Natal, apercebeu-se rapidamente que estamos na presença de um belo soprano, de quem muito há a esperar.
Que Espanha faça dela uma estrela, se Portugal, uma vez mais, virar as costas aos seus artistas.
Ei-la na “Adina” do “Elixir de Amor”:
segunda-feira, 9 de março de 2009
DVD Revisitado (1)
Cláudio Abbado dirige a Orquestra da Ópera de Viena.
Corria o ano de 1990.
Quando termina a ópera, percebemos claramente o papel que o tenor espanhol representa na arte lírica, uma capacidade vocal que lhe permitiu interpretar os mais diversificados personagens, aquilo a que poderíamos chamar “tenor completo”.
E Studer está magnífica, o que igualmente não espanta.
Um “Lohengrin” que não se esquece.
quinta-feira, 5 de março de 2009
Elisabete Matos
Quando finalmente a temos, compete-nos repôr a verdade a que faltámos anteriormente.
Sei neste momento, de fonte segura, que Elisabete Matos não cancelou a "Salome" em S.Carlos. Não é por sua vontade que não cantará o papel.
À excepcional cantora portuguesa apresento desculpas pelo "post" anterior, cuja premissa era errada.
quarta-feira, 4 de março de 2009
Valência...por Lisboa...
E aqui o caso “muda de figura”.
Fui consultar o “site” oficial do soprano, e, na “agenda” para Abril 2009 consta a “Turandot” (6 récitas) em Valência. De S.Carlos e “Salome”….nada.
Ora, quero crer que Matos aceitou previamente as condições propostas pelo nosso Teatro, permitindo que este anunciasse a sua presença. E o público aderiu, dado que as récitas esgotaram com largos meses de antecedência.
Cancelando, o soprano demonstra falta de respeito pelo povo do seu país, e uma demonstração cabal de que, afinal, o seu tão apregoado profissionalismo não é assim tão elevado…
Nancy Gustafson cantou o papel no Scala em 2007.
Fica-nos, ao menos, a esperança de o ver bem cantado.
Ei-la na “Traviata”.