quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Ontem ouvi (8)



Ouve-se.
Admira-se.
Vezes sem conta.
“O Cavaleiro da Rosa” ao seu melhor nível.
Christa Ludwig (n.1928), Gwyneth Jones (n.1936), Walter Berry (1929-2000), Lucia Popp (1939-1993) e Placido Domingo (n.1941).
A “Marschallin”, “Octavian”, “Baron”, “Sophie” e o “Tenor” cantados magistralmente em 1971, acompanhados bem à altura pela Filarmónica de Viena, à frente da qual encontramos Bernstein (1918-1990).
E se alguns críticos sempre disseram que o genial maestro não conseguia “retirar” o autêntico Richard Strauss das orquestras que dirigia, penso que nesta gravação Bernstein desmente-os categoricamente, com uma empolgante regência.
Aconselho vivamente.



sábado, 24 de janeiro de 2009

Ontem ouvi (7)


Há muitas gravações de “I Puritani”, mas esta é a minha preferida.
Gravada em 1953, junta os cantores no seu apogeu, acompanhados da Orquestra do La Scala regida por um Mestre, Tullio Serafin (1878-1968).
A “Elvira” é, claro, Maria Callas (1923-1977), e a prestação nesta ópera é ímpar, não bastando os adjectivos para a classificar. Simplesmente divinal.
O próprio Giuseppe di Stefano (1921-2008) (“Arturo”), que está longe de ser um dos meus tenores de eleição, está muito bem neste papel. Rolando Panerai (nasceu em 1924) é um “Riccardo” seguro e convicto, e um agora muito esquecido Nicola Rossi-Lemeni (1920-1991) dá a “Giorgio” tudo o que o personagem exige.
Temos ainda Ângelo Mercuriali no “Bruno”, Carlo Forti no “Gualtiero Valton” e Aurora Cattelani na “Enrichetta”.
“I Puritani” ao seu melhor nível.


terça-feira, 20 de janeiro de 2009

2 anos

2 anos.
212 posts.

Grato a todos quantos o visitam, o comentam, o apreciam.
E se me é permitido, um Obrigado grande e sentido a quem me incutiu a paixão pela Ópera, oferecendo-me no dia dos meus 12 anos, um “Rigoletto” com Alfredo Kraus, Renata Scotto e Ettore Bastianini.

Chama-se Mário.
Meu Tio.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Coros de Ópera (3)



"Gloria all'Egitto"
"Aida"

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Ontem ouvi (6)


Gravada em 1988, esta “Madama Butterfly”, com um elenco bastante semelhante à histórica gravação de Karajan, é, a todos os títulos, memorável.
O saudoso Giuseppe Sinopoli (1946 – 2001), verdadeiramente notável regendo Puccini, e que já havia deslumbrado na sua “Manon Lescaut”, surge aqui ao seu melhor nível, conduzindo a “Philharmonia Orchestra” de uma forma brilhante.
Mirella Freni, que já ultrapassara os 50 anos, canta com o magnetismo de sempre, aliado à maturidade própria de uma enorme experiência e um profundo conhecimento da obra e do compositor. Não será por acaso que é considerada a melhor “Mimi” da sua geração e uma das melhores de sempre.
A Freni junta-se uma “legião” espanhola, a começar num Carreras em grande forma num excepcional “Pinkerton”, a grande Berganza numa “Suzuki” soberba e Juan Pons, seguro como sempre.
“Madama Butterfly” como raramente se gravou.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Quem sabe, sabe.


Paolo Pinamonti, antigo director de São Carlos, encantou as dezenas de pessoas que hoje enchiam por completo o Pequeno Auditório da Culturgest, na primeira de uma série de quatro Conferências subordinadas ao título “ A opera in musica”.
O tema escolhido para iniciar o ciclo foi “A ópera na história”.
Pinamonti, com a simplicidade própria de quem domina absolutamente a matéria de que fala, soube prender a atenção, explanando, com clareza e rigor, o que pensava.
Ilustrou a palestra com excertos de várias óperas, como “Rigoletto”, “Don Giovanni”, “Dido and Aeneas”, “Eugen Onegin” e “Wozzeck”, estabelecendo “pontes” que passam despercebidas ao melómano comum.
Fascinante.
Os temas escolhidos para as sessões seguintes deixam expectativa.
Pinamonti falará “do teatro da palavra, das novelas, até aos libretos de ópera” (dia 13), “Como a ópera sabe contar histórias” (dia 20) e “O empresário em angústias” (dia 27).
Parabéns à Culturgest, por mais esta extraordinária iniciativa.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Saudades

Para “abrir” 2009, deixo-vos uma “pérola”.
Callas e Kraus na célebre “Traviata” de Lisboa, em 1958.
E em simultâneo, faço votos para que o Teatro S.Carlos possa voltar, já não digo a este esplendor, mas a um nível a que habituou, durante décadas, o público fiel.
É preciso preservar a memória, “porque sem memória não há pensamento, sem pensamento não há ideias, e sem ideias não há futuro” (Natália Correia).
Ter esta memória não significa renegar tudo o que é novo.
Mas tê-la é sinónimo de gosto pela qualidade.
O que está anunciado para esta temporada pode agradar a muitos “intelectuais” vanguardistas, repletos de pedantismo e superioridade, mas é francamente fraco.
Muito fraco.
Encenações arrojadas (ou descabidas, ou insuportáveis) não fazem esquecer que a Ópera é um espectáculo cantado, ou seja, para ouvir, além de ver.
E mesmo sem muitos ovos, é possível fazer melhores omeletas.

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