sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Curiosidades (1)



Em 1814, a vila de La Roncole, no vale do Pó, foi saqueada pelos exércitos austríaco e russo, na sua caminhada contra a França.
As mulheres da vila refugiaram-se, com os filhos, na Igreja de S.Miguel Arcanjo, mas as tropas invadiram-na e mataram quem encontraram, excepto uma delas que se escondera na torre, junto aos sinos, com o seu filho de apenas 1 ano.
Esse bebé era Giuseppe Verdi.
Ainda hoje, no local, existe uma placa comemorativa.

A força do Destino…
E também é curioso lembrar que em “Il Trovatore” uma criança é salva da morte por mero acaso. Não por um sino, mas por uma cigana.

Coincidência ou não, o certo é que Verdi nunca esqueceu a sorte que tivera.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Zinka Milanov


Zinka Milanov (Zagreb 1906 - Nova York 1989), foi um soprano spinto (ou seja, um soprano “entre” o lírico e o dramático) que passou toda a sua juventude a estudar canto, quer na sua cidade natal quer em Milão e Viena.
Estreou-se em 1927 na Leonora de “Il Trovatore”.
Foi “descoberta” pelo grande Bruno Walter, que a recomendou a Toscanini para uma representação do “Requiem” de Verdi em Salzburgo.
Em 1937 faz a sua estreia no MET, e curiosamente também com a Leonora. E aí permanece longos anos.
Regressa à Europa para aparecer pela primeira vez no La Scala em 1950, na “Tosca”.
Segundo os críticos da época, Milanov atingiu o apogeu das suas enormes capacidades exactamente a partir desta altura.
Foi uma intérprete de excepção de Verdi.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Claudio Abbado

Sobre Claudio Abbado podia escrever páginas e páginas. E é difícil resumir todos os aspectos da sua vida profissional, tão rica ela é.
Sem dúvida, um dos grandes maestros do século XX.
Abbado nasceu em Milão em 1933, onde foi director musical do “La Scala” de 68 a 86, um dos períodos de maior brilho daquela casa de espectáculos. Ao abandonar o Scala passa a director musical da Ópera de Viena, onde permanece até 1991.
Foi ele o sucessor, na Filarmónica de Berlim, do lendário Karajan, de onde saiu em 2002.
Dirigiu todas as grandes óperas, mas dedica especial atenção à divulgação de obras contemporâneas, e ao ensino musical dos jovens.
Inúmeras são as gravações, em cd e dvd, que podemos encontrar no mercado.
Um grande maestro italiano.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Marilyn Horne


Nasceu nos Estados Unidos em 1934.
Estreou-se em 1954 em “Bartered Bride” de Smetana. Parte nesse ano para a Europa, juntando-se à Companhia de Ópera de Gelsenkirchen.
Como soprano, cantou aí a Mimi de “La Bohème” e a Amelia de “Simon Boccanegra”. O sucesso foi enorme, o que levou a Ópera de San Francisco a convidá-la. E Horne regressa aos Estados Unidos.
A primeira vez que canta com Joan Sutherland é em 1961, na “Beatrice di Tenda” de Bellini. Iniciava-se uma dupla que se tornaria lendária.
A revista “Opera News” classificou Marilyn Horne “provavelmente a maior cantora do mundo”, em 1981. Modestamente, reforçaria o “provavelmente”, mas que é uma das maiores, não tenho dúvidas.
Há quem a considere igualmente a maior intérprete de Rossini.
Com ou sem epítetos, o seu nome está gravado a ouro no livro de honra da arte lírica.


sábado, 18 de agosto de 2007

Julia Varady


Caso idêntico a Shirley Verrett.
Começou como “mezzo” e terminou como soprano.
Nascida na Hungria em 1941, Julia Varady estreou-se em 1962 no "Orfeu" de Gluck.
O êxito foi enorme.
De tal ordem, que logo nesse ano começa a cantar nas principais salas da então Europa de Leste, até entrar em 1970 para a Ópera de Frankfurt. A partir daí é presença constante no MET, no La Scala e na Royal Opera House.
A sua discografia é gigantesca, sendo difícil escolher as melhores gravações, tal a sua qualidade.
Casada com outro “monstro sagrado”, Dietrich Fischer-Dieskau, retirou-se dos palcos no final dos anos 90, após uma longa e brilhante carreira.
É agora professora em Berlim.

domingo, 12 de agosto de 2007

Shirley Verrett


Um “mezzo” que também é soprano.
Desde 1957, ano em que se estreou na “Lucrezia” até aos anos 70, Verrett só interpretou papéis de mezzo, e fê-lo com uma categoria excepcional. Ficaram célebres a sua “Carmen”, a sua “Ulrica”, “Amneris” e “Azucena”, que cantou nos grandes palcos da Europa e dos Estados Unidos. E perante o espanto generalizado, começa a cantar como soprano em 1972, com Selika de “L’ Africaine”, a que se seguiram os grandes papéis da “Tosca”, “Norma”, “Aida” e muitos outros.
As opiniões dividem-se, pessoalmente prefiro-a como “mezzo”, mas há quem não concorde.
Shirley Verrett.
Uma cantora que aproveitou a sua fama para defender as causas em que acredita. Foi rejeitada pela Orquestra de Houston, logo no início da sua carreira, porque a direcção da Orquestra recusou uma negra para solista, e desde então fez do anti-racismo uma bandeira de luta, de que não abdica.
Recomendo a leitura do seu livro autobiográfico “I Never Walked Alone”.
Shirley Verrett.
Uma cantora com convicções.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Samuel Ramey


Admiro muito este “baixo” norte-americano, porque tanto consegue interpretar os papéis de Rossini ou Mozart, como os de Verdi e Puccini.
Samuel Ramey, que nasceu em 1942, estreou-se no MET apenas em 1984 no “Rinaldo” de Handel, mas a partir daí foi “cabeça-de-cartaz” em todos os principais palcos mundiais da Ópera.
Se me perguntassem para escolher uma das suas memoráveis interpretações, escolheria, sem hesitar, o “Mefistófeles” de Boito. É magistral, e recomendo vivamente.
E ainda hoje, com 65 anos, participa anualmente em dezenas de espectáculos.

Samuel Ramey.
Um “baixo” espantoso.

sábado, 4 de agosto de 2007

Giovanni Martinelli


Um fenómeno.
Uma voz de tenor portentosa, uma longevidade como cantor quese inédita.
Martinelli nasceu em Padua em 1885, e estreou-se em Milão em 1910 no “Stabat Mater” de Rossini. Pouco depois, Puccini escolhe-o para a “Fanciulla del West” em Roma.
Não era vulgar, muito menos naquela época, um cantor europeu ser convidado a fixar-se nos Estados Unidos, no MET. Mas foi o que aconteceu, e Martinelli cantou neste “santuário” da Ópera de 1913 até 1945! E só raramente apareceu nos palcos europeus.
E aos 82 anos… ainda cantou o “Imperador” da “Turandot”!
É difícil destacar alguns dos papéis que interpretou, tal a qualidade de todos.
Um tenor sublime, como se pode comprovar através das gravações que nos chegaram.
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